Especificadoresganham grupo setorial
Profissionais que fazem a ligação entre clientes e lojas de arquitetura, decoração, construção civil formaram um grupo dentro do Programa Empreender, da Acil, para fomentar a atividade
Os especificadores, profissionais que fazem a ponte entre consumidores e estabelecimentos da área de arquitetura, design de interiores, construção civil, são os participantes de um novo grupo setorial do Programa Empreender, da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina). O programa, que já conta com 17 grupos setoriais, tem o objetivo de unir empresários de um mesmo ramo para aumentar a competitividade do setor como um todo.
Os especificadores podem ser de diversas áreas de atuação, mas geralmente são arquitetos, designers de interiores e engenheiros. A arquiteta Nathália Montans é uma delas, e conta que a importância do trabalho do especificador está em garantir a qualidade do que vai para o projeto e, no final, à casa do cliente. O especificador conhece os produtos e é capaz de oferecer ao cliente possibilidades que vão ao encontro das suas necessidades e desejos. “Vou de acordo com o que o cliente quer. Por isso é bom ter várias opções de marcas, produtos adequados à necessidade, aos desejos e ao orçamento do cliente”, explica Montans. Assim, o cliente pode escolher, dentre as possibilidades oferecidas pelo especificador, aquela que mais lhe agrada. Geralmente, o especificador acompanha o cliente na compra e a instalação do produto no imóvel para garantir que tudo saia como o planejado.
Para a arquiteta Nathália Montans, também é importante para o especificador conhecer os processos fabril e de criação dos produtos para fazer indicações mais assertivas aos seus clientes. “Quando indicamos os produtos, acaba que o cliente confia na gente. Então é bom termos o feedback da empresa, conhecer a indústria, o processo criativo, de desenvolvimento do produto.”
E é pelas mãos desses profissionais que chega a maior parte das vendas da Z3, loja de móveis da qual Marjorie Azevedo, vice-coordenadora do NEL, é sócia. Segundo ela, um dos objetivos é tornar a relação dos especificadores com os lojistas mais próxima. “Queremos fazer que eles venham mais às lojas, participem mais, tenham mais conhecimento técnico dos produtos para oferecer o melhor para o cliente. Precisamos fidelizar esses profissionais por meio de eventos, feiras, manter o profissional atualizado do que está acontecendo, das tendências nacionais e internacionais.”
O NEL (Núcleo de Especificadores de Londrina) é formado tanto pelos especificadores quanto pelos lojistas de móveis, decoração, material de construção, de piso, acabamentos, aço, ferro, gesso, colchão. É uma área muito vasta, diz Azevedo. Conforme ela, já existem hoje cadastrados no NEL 12 empresas e cerca de 150 especificadores, mas ela calcula que há muito mais profissionais em Londrina. A ideia do NEL, diz, é justamente agregar lojistas e profissionais em torno da atividade. “A ideia é agregar setores e profissionais e ajudar a fomentar o comércio local, desde o início da obra até a decoração.”
AÇ ÕES
Segundo Élcio Bassi, coordenador do NEL e proprietário da Riolax Banheiras, o NEL surgiu depois que quatro empresários começaram a realizar ações para fomentar o mercado de arquitetos, designers de interiores, engenheiros. Dentre as ações já realizadas por eles, estão excursões a grandes mostras e feiras do setor em São Paulo e Curitiba. O Núcleo então foi criado para que se pudesse oferecer algo a mais para os profissionais que são especificadores. Dentre as ações previstas estão concursos culturais de melhor projeto com prêmios para o ganhador, mostras, eventos e palestras.
Na página do Núcleo, também estão previstas páginas para os profissionais com fotos de projetos e informações sobre eles. O NEL realizará ainda ações filantrópicas, com a arrecadação de recursos para instituições de caridade. O convite para os eventos será feito por artistas plásticos. No final do ano as obras serão leiloadas e o dinheiro será doado a instituições de caridade.
PROGRAMA EMPREENDER
“O Programa Empreender tem a proposta de unir empresários do mesmo setor que poderiam se ver como concorrentes, mas que aqui podem enxergar o mercado, seus desafios e buscar soluções”, explica Rodrigo Geara, superintendente da Acil. “Isso tudo tem a ver com o associativismo, o ‘nós’ em detrimento do ‘eu’”, ele completa. Segundo Geara, os grupos setoriais que compõem o programa surgem de sugestões dos próprios empresários. Eles realizam visitas técnicas e negociam compras coletivas com fornecedores, por exemplo. Em cada grupo, há sempre um facilitador da Associação para acompanhar o trabalho - um “agente neutro e imparcial”. As reuniões costumam ser mensais ou quinzenais e são realizadas na própria Acil. “A gente vê que, em termos de resultados, dentro dos grupos acontece uma profissionalização muito maior, uma organização muito maior e a criação de processos dentro das empresas”, observa Geara.