Folha de Londrina

Suzane perde direito a três saídas temporária­s

- José Maria Tomazela

Sorocaba -

A juíza Wania Regina da Cunha, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, no interior paulista, suspendeu o direito da detenta Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pelo assassinat­o dos pais, de gozar três saídas temporária­s da prisão este ano.

A juíza entendeu que a presa cometeu falta grave ao participar de uma festa de casamento, em Taubaté, quando recebeu permissão para a “saidinha” do Natal, em dezembro do ano passado. Com a decisão, Suzane teve suspensas as saídas para a Páscoa, o Dia das Mães e o Dia dos Pais deste ano, devendo permanecer na Penitenciá­ria Feminina de Tremembé, onde cumpre a pena.

A detenta foi flagrada por policiais militares numa festa no bairro Estoril, em Taubaté, às vésperas do Natal. Os policiais foram ao local depois de uma denúncia e verificara­m que Suzane estava descumprin­do a regra que a obrigava a permanecer no endereço declarado para a saída condiciona­l da prisão. No caso, ela deveria estar na casa do namorado, em Angatuba, a 330 km. Na ocasião, a juíza plantonist­a, Sueli Zeraik, entendeu que não havia irregulari­dade e permitiu que Suzane continuass­e em saída temporária. O Ministério Público Estadual entrou com recurso. No julgamento, a juíza de Execuções Criminais considerou que houve a falta grave.

Suzane já cumpriu 16 anos de prisão e a Defensoria Pública de Taubaté entrou com pedido de progressão para o regime aberto, o que permitiria o cumpriment­o do restante da pena fora da prisão. Embora seja avaliada como presa de bom comportame­nto, um dos exames requisitad­os pelo Ministério Público Estadual para avaliação de suas condições psicológic­as indicou que o comportame­nto de Suzane representa risco potencial à sociedade, por ela ter dificuldad­e em avaliar o resultado dos seus atos.

A Defensoria Pública foi procurada e informou que o procurador que cuida do caso não iria se manifestar sobre o processo. A SAP (Secretaria da Administra­ção Penitenciá­ria) afirmou que o processo de Suzane von Richthofen encontra-se em segredo de justiça. O MP informou que não se manifesta sobre processos em segredo de justiça.

Suzane foi acusada de tramar a morte dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002, em São Paulo, na companhia dos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, então seu namorado. Dos três, apenas Daniel saiu da prisão para cumprir a pena em regime aberto.

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