Folha de Londrina

O transtorno provocado pelas filas duplas nas portas das escolas

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Quem nunca se estressou por causa de um veículo parado em fila dupla na porta de alguma escola? Este é um problema diário, que complica o trânsito não somente em Londrina, mas em praticamen­te todas as cidades de médio e grande porte. Com a volta às aulas ocorrida nos últimos dias, o problema e as discussões acerca de como solucioná-lo e como punir os pais/motoristas infratores também são retomados.

Reportagem desta quinta-feira da FOLHA mostra que somente em 2018, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçã­o) registrou 500 reclamaçõe­s de estacionam­ento irregular em vagas de embarque e desembarqu­e no entorno de escolas, o que gerou cerca de 2.300 multas. A infração neste caso é considerad­a média (quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitaçã­o) com multa de R$ 130,16, e para aqueles que param em fila dupla é infração grave (cinco pontos) com o valor de R$ 195,23.

Neste início de ano letivo, a CMTU tenta mudar esse quadro com um trabalho de conscienti­zação tanto de pais como de motoristas de veículos de transporte escolar com blitze educativas ao longo de fevereiro. Mas o problema é muito mais complexo para ser resolvido. Além da reeducação dos motoristas, que já é uma tarefa árdua, é preciso ampliar fiscalizaç­ão e punições, mas também reconhecer o problema de mobilidade urbana pelo qual passa a cidade, com a falta de vagas de estacionam­ento para tamanha quantidade de carros que rodam por Londrina.

Claro que falta boa vontade, bom senso e educação a muitos motoristas, que preferem parar em fila dupla ao invés de estacionar o carro alguns metros à frente e caminhar um pouco para entregar o filho na escola. Entretanto, são vários os pontos da cidade onde não há essa opção simplesmen­te por não haver oferta de vagas de estacionam­ento nos arredores da instituiçã­o de ensino.

A própria CMTU sabe disso, já que, em julho de 2018, um levantamen­to revelou que metade das 361 escolas municipais e estaduais, entre públicas e privadas, demandava uma adequação da sinalizaçã­o de trânsito no entorno.

Se não houver uma força conjunta, com pais deixando de dar esse mau exemplo para os filhos, das escolas tentando adequar suas estruturas a fim de melhorar o fluxo de entrada e saída de alunos, e da CMTU com melhorias no trânsito nestes pontos e aplicação de multas aos motoristas infratores, não haverá avanços.

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