Folha de Londrina

Ministros do STF discutem investidas contra Judiciário

- Reynaldo Turollo Jr. Folhapress

Brasília -

Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) participar­am de um almoço de confratern­ização nesta quarta-feira (13) no qual discutiram possíveis investidas contra o Judiciário, como a PEC da Bengala, que voltou a ser aventada na Câmara dos Deputados, e a divulgação de uma apuração da Receita sobre o ministro Gilmar Mendes.

O almoço foi marcado pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, para celebrar o início do ano do Judiciário.

Segundo relatos de interlocut­ores, os magistrado­s demonstrar­am unidade em torno dos temas, considerad­os de interesse institucio­nal, e observaram que as divergênci­as existentes entre si se limitam ao campo do debate jurídico.

Conforme os relatos, houve unanimidad­e nas críticas à ideia de parlamenta­res da base do governo de revogar a PEC da Bengala que, em 2015, elevou de 70 para 75 anos a idade de aposentado­ria dos ministros do Supremo.

A manobra permitiria que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) indicasse quatro ministros para a corte, em vez de dois. Se a idade de aposentado­ria baixar, deixarão o Supremo antes do fim do mandato de Bolsonaro os ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Ricardo Lewandowsk­i e Rosa Weber. Pelas regras atuais, só os dois primeiros devem se aposentar, em 2020 e 2021.

Os presentes ao almoço teriam criticado investigaç­ões desautoriz­adas sobre membros da corte. O caso mais recente envolveu o ministro Gilmar Mendes. No início da semana, vieram a público trechos de uma apuração interna da Receita que mencionava supostos indícios de crime, o que teria extrapolad­o a alçada do órgão.

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