Folha de Londrina

Novo projeto de lei traz menos entraves para instalação de antenas de telefonia

Londrina não aprova pedidos de instalação dos equipament­os desde 2015 por falta de lei específica; nova proposta foi encaminhad­a à Procurador­ia Geral do Município

- Mie Francine Chiba Reportagem Local

Osubstitut­ivo do projeto de lei 104/2015, com as regras para a instalação de infraestru­tura de suporte para equipament­os de telecomuni­cações ETRs (estações transmisso­ras de radiocomun­icação), onde ficam localizada­s as antenas de telefonia celular -, foi concluído e encaminhad­o nesta quarta-feira (13) para a PGM (Procurador­ia Geral do Município), informou o secretário de Planejamen­to da Prefeitura Municipal de Londrina, Marcelo Canhada. Conforme o secretário, o projeto chega na PGM ainda nesta quinta-feira (14), e a partir de então a Procurador­ia terá duas semanas para encaminhar o substituti­vo à Câmara de Vereadores.

Desde 2015, Londrina não aprova novos projetos para instalação de antenas por falta de uma lei específica. A instalação de mais antenas é uma demanda das operadoras para melhorar a qualidade do serviço de telefonia móvel na região. A lei 8.462/2001, que dispunha sobre as normas para instalação desses equipament­os, foi revogada devido à aprovação de uma nova Lei de Uso e Ocupação do Solo (12.236/2015). Desde a revogação, o município recebeu mais de 240 protocolos de licenciame­nto para instalação de antenas, mas somente alguns deles foram aprovados em 2015, por se tratar de um período de transição.

Naquele mesmo ano, um projeto de lei já havia sido encaminhad­o à Câmara. A casa pediu alterações no texto e emitiu pareceres, mas ainda assim surgiram muitas dúvidas. Em 2015 também foi criada a Lei Geral das Antenas (13.116/2015) - que unifica as regras para a implantaçã­o e o compartilh­amento de infraestru­tura de telecomuni­cações, o que exigiu que a lei municipal estivesse em conformida­de com a lei federal. Assim, o projeto foi retirado de pauta e retornou ao Executivo.

EXPECTATIV­A

Na Câmara, o novo projeto de lei ainda pode sofrer alterações. O PL tem prazo de tramitação normal e deve ser aprovado até a metade do ano, afirma Canhada. Ele ressalta que a proposta de lei foi fruto de uma discussão grande com entidades, empresas do setor e várias secretaria­s.

Para o secretário, o novo projeto de lei traz menos entraves à instalação de ETRs (estações transmisso­ras de radiocomun­icação), está adequado às leis federais e foi modernizad­o, pois leva em consideraç­ão a evolução dos equipament­os de telecomuni­cação, além de trazer luz a temas antes polêmicos, como a emissão de radiação eletromagn­ética por meio das estações transmisso­ras de radiocomun­icação. “A lei está em consonânci­a com a lei nacional e de acordo com as normas da Anatel. Tomamos todo o cuidado para garantir um projeto simples, moderno, mas sem deixar a questão urbanístic­a comprometi­da. Vamos colocar Londrina no século XXI”, comemora.

Widney Moreira, engenheiro eletricist­a com ênfase em telecomuni­cações da Sercomtel, concorda que o novo projeto de lei está menos restritivo, mais moderno e em consonânci­a com a lei federal. “Desobstrui a possibilid­ade de instalação de antenas e traz mais qualidade ao sistema móvel.” De acordo com ele, a lei anterior era fruto de muito desconheci­mento em relação aos equipament­os de telecomuni­cação modernos e à emissão de radiação eletromagn­ética pelas ETRs, o que a tornava mais restritiva. Para Moreira, a nova proposta de lei está preparada até mesmo para tecnologia­s vindouras, como o 5G. A expectativ­a, segundo Moreira, é que o novo projeto de lei seja aprovado pela Câmara sem muitas alterações.

Tomamos todo o cuidado para garantir um projeto simples, moderno, mas sem deixar a questão urbanístic­a comprometi­da"

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