ACOLHIDA -
Estudantes vindos da rede municipal participaram de atividades diferenciadas no primeiro dia de aula no ensino estadual
Estudantes recém-chegados da rede municipal participaram de atividades diferenciadas no primeiro dia de aula no ensino estadual. No colégio Hugo Simas, os alunos do 6º ano fizeram um tour pelas instalações como forma de facilitar a adaptação.
Aquinta-feira (14) foi de intenso movimento nas escolas estaduais do Paraná. Mais de um milhão de estudantes iniciaram o ano letivo de 2019 em todo o Estado nesta data, sendo cerca de 120 mil vindos da rede municipal de ensino. Como forma de aliviar a ansiedade pelo novo e integrá-los frente às diferenças entre educação em nível municipal e estadual, várias instituições promoveram recepção diferenciada para acolher os alunos.
Em Londrina, o colégio estadual Hugo Simas, na região central, realizou um tour pelas instalações no primeiro dia de aula para os meninos e meninas do sexto ano do fundamental. A ação ocorre há três anos. Neste ano são 128 matriculados que vieram de escolas municipais, com idades que variam de dez a 11 anos, divididos em quatro salas. Em grupo, eles passaram as aulas iniciais conhecendo a escola e estreitando o contato com professores e demais funcionários.
Eles percorreram a biblioteca, auditório, quadras, cantina, sala dos docentes, entre outros locais. “Iniciamos esta recepção em 2016 e vemos que os novos estudantes gostam. É uma oportunidade para eles criarem identificação com o colégio, pois é o primeiro contato deles”, destacou a diretora auxiliar, Mariana de Oliveira Lopes Vieira. O Hugo Simas tem um total de 1.750 alunos, distribuídos em três períodos do dia. São ofertados ensino fundamental dois, médio, educação especial e Celem (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas).
HISTÓRIA
Tão grande quanto o número de estudantes é a estrutura da escola, que com diversos pavimentos e repartimentos, ocupa um quarteirão do quadrilátero central. “Esta visita acaba servindo para eles conhecerem e não se perderem, porque é grande o prédio, com muitos corredores”, aponta. O Hugo Simas é umas das instituições de ensino mais antigas de Londrina. Andando pelos espaços, os adolescentes ainda se depararam com a história. “Em 2017 completamos 80 anos e o que expulsemos no museu, na época, agora fica na escola e eles têm a chance de ver, saber mais. É a questão da memória”.
Animados com a nova rotina e a chance de fazerem outras amizades, os alunos que participaram do passeio ficaram atentos a tudo que visualizaram. No caminho até uma das três quadras se deparam com pinturas nas paredes coloridas, que aprovaram. Foram informados so- bre a parte do prédio que abriga os estudantes especiais, avisados que na área também ficam bebês. A orientação foi para que se atentassem com o tom de voz quando estiverem próximos e cautela com o que falam. As cabeças sinalizando positivamente mostrou que entenderam e vão seguir o recado para respeitar os demais.
“Achei o colégio bem grande. É diferente de onde estava. Tem que gravar tudo muito bem para ir em lugar errado. Como gosto de ler, o que mais chamou minha atenção foi a biblioteca”, relatou Julia Alves Barroso, 11, moradora da zona norte. “Gostei bastante da escola. Tenho certeza que vou me dar bem. Uma prima estudou aqui falou que era um bom lugar para estudar, meu pai me matriculou e deu certo. Será legal para fazer novas amizades, não que sejam ruins as que tenho hoje”, avaliou Vitor Hugo Gonçalves dos Santos, 10, também da região norte.
PERTENCIMENTO
Segundo a pedagoga da tarde e da noite da instituição, Maria Sonia Paiva, a acolhida especial se reverte em bons resultados durante o decorrer do ano. “Neste começo eles estão todos quietinhos, porém no segundo semestre já se ‘soltam’. Notamos que faz diferença (o tour), pois se sentem acolhidos e mais animados. Tem um respeito maior pelos professores e funcionários”, citou.
Fomentando o sentimento de pertencimento nos meninos e meninas, as docentes ainda acreditam que eles valorizam mais a convivência e o cuidado com a escola. “Eles passam a entender que isto tudo é deles, pois é público e coletivo. Então evita que tenham atitudes para degradar, pois sabem que vão prejudicar muitas pessoas”, frisa a diretora auxiliar. “Tenho certeza que todos vão saber cuidar, já que viram a importância e para que serve cada lugar”, resumiu Samuel Lima do Amaral, 10, aluno do sexto ano.