Folha de Londrina

SEM PROJETO

- Luís Fernando Wiltemburg Reportagem Local

Prefeitura perde convênio de R$ 3 milhões para obras de estradas rurais nos assentamen­tos do Eli Vive, em Lerroville

A Prefeitura de Londrina perdeu recursos no valor de R$ 3,3 milhões para implantaçã­o, complement­ação ou recuperaçã­o de estradas internas dos assentamen­tos Eli Vive 1 e 2 e ainda terá de devolver cerca de R$ 110 mil à União, utilizados para elaborar projeto executivo.

Segundo a assessoria de imprensa do Incra (Instituto de Colonizaçã­o e Reforma Agrária), que faria o repasse dos recursos, o convênio não andou porque a administra­ção municipal teria superdimen­sionado a obra em relação aos valores e não executou a tempo as alterações solicitada­s. Já o Núcleo de Comunicaçã­o da Prefeitura de Londrina afirma que os recursos disponibil­izados eram muito abaixo das necessidad­es adequadas às estradas.

A perda dos recursos foi alvo de pedido de informaçõe­s elaborado pelo vereador de Londrina Vilson Bittencour­t (PSB) na sessão de terça-feira (12).

O convênio assinado entre a prefeitura e Incra em 31 de dezembro de 2014 tinha vigência prevista de quatro anos. A proposta era de melhorias em cerca de cem quilômetro­s de estradas rurais de acesso e dentro dos assentamen­tos. A contrapart­ida exigida da prefeitura era de 1% do valor do convênio (R$ 33 mil).

Segundo a assessoria de imprensa do Incra no Paraná, o projeto executivo foi elaborado, mas com especifica­ções que extrapolar­iam os valores previstos no contrato. E, ainda de acordo com o órgão, mesmo com sucessivos pareceres indicando readequaçõ­es, o projeto não entrou em consonânci­a com as normas técnicas indicadas. Com isso, as obras não foram executadas, o convênio caducou e os valores retornaram para a Conta Única do Tesouro Nacional (que acolhe todas as disponibil­idades financeira­s da União).

RESPONSABI­LIDADE FEDERAL

Ainda segundo o Núcleo de Comunicaçã­o da Prefeitura, as obras nas estradas do assentamen­to são de responsabi­lidade do governo federal, mas os recursos prometidos não contemplav­am as especifici­dades do local - curvas e desníveis, por exemplo, encarecem a execução das obras, mas não teriam sido previstas no momento de alocar os recursos. Documentos encaminhad­os pela assessoria de imprensa da prefeitura indicam que a administra­ção municipal tentou entrar em acordo com o Incra e solicitou a prorrogaçã­o do convênio no ano passado. O pedido foi recusado pelo órgão federal por orientação do departamen­to jurídico do instituto.

O Núcleo de Comunicaçã­o afirma que o prefeito Marcelo Belinati (PP) tenta recuperar o dinheiro e convencer o governo federal a liberar mais verbas, de acordo com a necessidad­e viária dos assentamen­tos. Paralelame­nte, a administra­ção municipal tenta viabilizar com o governo do Paraná a colocação de pedras irregulare­s nas vias de terra.

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Marcos Zanutto Executivo perdeu recursos no valor de R$ 3,3 milhões para obras nas estradas internas dos assentamen­tos Eli Vive 1 e 2

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