RISCO DE EPIDEMIA
Foram 32 confirmações no intervalo de uma semana; município muda estratégia no combate à doença
Com 32 casos de dengue registrados em uma semana, Secretaria de Saúde de Londrina programa fumacê para os próximos dias
Onovo boletim da dengue divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde aponta que 76 casos da doença já foram confirmados em Londrina desde o dia 1º de janeiro. Só na última semana houve a constatação de 32 casos. A cidade permanece em situação de alerta para enfrentar uma possível epidemia da doença. A secretaria aguarda resultados de 468 exames.
A zona sul é considerada a mais preocupante. Ao todo, 62 dos 76 casos foram diagnosticados em moradores dessa localidade. A área próxima à Unidade Básica de Saúde do Jardim Itapuã já enfrenta uma epidemia, segundo alertou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.
“Ainda permanece o grande número de focos dentro das residências. Se as pessoas não olharem para dentro dos seus quintais, não tem fumacê, não tem agente de endemias e não tem mutirão de limpeza que resolva”, destacou Machado.
A aplicação do fumacê em bairros das zonas sul e leste está programada para os próximos dias. Em razão de atrasos no repasse dos insumos necessários, a ação foi adiada por diversas vezes. Neste sábado (16), a Secretaria de Saúde deve realizar a limpeza de um fundo de vale da zona sul. Nas demais áreas, agentes de endemias atuarão em pontos críticos mapeados pelo município, de acordo com o número de casos confirmados. A mudança na estratégia foi adotada para conter a possível epidemia.
“Vamos dividir novamente as equipes. Vamos trabalhar com grupos de 20 a 25 agentes em regiões mais críticas. Em vez de trabalhar a região ou o bairro inteiro, vamos trabalhar em algumas localidades
em apenas alguns quarteirões onde identificarmos um acúmulo de casos suspeitos para tentar equilibrar a situação e conter o avanço da doença”, explicou a diretora de Vigilância em Saúde, Sônia Fernandes.
Dos 76 casos registrados desde janeiro, dois são do sorotipo II da dengue, que
pode ocasionar uma evolução mais grave da doença. Conforme Fernandes, uma paciente de Ibiporã também foi diagnosticada com o sorotipo II. Londrina só entrará em situação de epidemia se ultrapassar 1.600 casos confirmados da doença.
PARANÁ
Desde agosto do ano passado, quando começou o novo período epidemiológico da dengue, a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) confirmou 329 casos em 72 cidades do Paraná. Nas regiões de Londrina, Maringá, Cianorte, Umuarama, Guaíra, São Miguel do Iguaçu, Francisco Beltrão e no Litoral há alto risco para o início de uma epidemia da doença.
As cidades de Uraí e Lupionópolis já enfrentam epidemia, situação constatada quando há a proporção de mais de 300 casos confirmados por 100 mil habitantes. A Secretaria de Saúde de Uraí, Márcia Ito Gambini, afirmou que várias ações foram adotadas, principalmente, na área rural, local com maior incidência de focos do Aedes aegypti.
“No Cruzeiro do Norte (distrito rural), não tem saneamento básico e há muitas fossas abertas. Fizemos a limpeza dessas fossas e telamento para impedir a entrada do mosquito. Na cidade, estamos notificando proprietários de terrenos com criadouros e aplicamos multa em caso de reincidência. Também estamos utilizando a UBV costal. Utilizamos o fumacê até o início de fevereiro e estamos aguardamos um novo levantamento de infestação para ver a incidência”, destacou.
A cidade de, aproximadamente, 11 mil habitantes confirmou 75 casos da doença, sendo 48 no distrito. Os dados são de agosto do ano passado a fevereiro deste ano. Palestras em escolas também foram realizadas. A prefeitura distribuiu repelentes para gestantes e para crianças com idade entre 6 meses e 5 anos. A morte de uma adolescente de 14 anos continua em investigação. De acordo com a secretária de saúde, o Lacen (Laboratório Central do Estado) analisou a sorologia e o resultado foi negativo para dengue.
Em Lupionópolis, cidade com quase 5.000 habitantes, 15 casos foram confirmados entre agosto e fevereiro. “Fizemos a contratação temporária para realizar visitas em imóveis do município e retirar prováveis criadouros. Estamos terminando aplicação da UBV costal e solicitamos ao Estado o fumacê como reforço para o município. As equipes de saúde estão bem sensíveis para identificar sintomas da doença e notificar os casos”, contou o secretário de Saúde de Lupionópolis, Eudes Cavallari Junior.
Desde agosto do ano passado, também foram contabilizados três casos de chikungunya no Estado (em Curitiba, Foz do Iguaçu e Medianeira) e um caso de zika vírus (em Foz do Iguaçu).
Ainda permanece o grande número de focos dentro das residências”