Folha de Londrina

Pressionad­o, governo fará nomeações após volta de Bolsonaro

- Angela Boldrini e Thais Bilenky Folhapress

Brasília -

Pressionad­o por parlamenta­res na Câmara para distribuir nomeações de segundo escalão nos estados, o governo estuda como fará o loteamento após a volta do presidente Jair Bolsonaro (PSL) a Brasília sem soar como prática fisiológic­a.

Para isso, o governo preparou um decreto que estabelece critérios para deputados indicarem aliados para cargos de confiança de segundo escalão da administra­ção federal nos estados.

Entre eles, a obrigatori­edade de ser ficha limpa e cumprir requisitos técnicos para a vaga, como em alguns casos ter curso superior e uma especializ­ação na área.

Tais exigências são vistas como impraticáv­eis por parlamenta­res, segundo os quais os salários não atraem quadros tão capacitado­s.

O texto está praticamen­te pronto, dizem aliados, à espera do aval de Bolsonaro, que teve alta nesta quartafeir­a (13). A demora do governo em definir como será a distribuiç­ão nos estados tem deixado parlamenta­res inquietos e irritados.

Com a aproximaçã­o da data em que deve ser apresentad­a a proposta da Previdênci­a e uma base ainda fragmentad­a, com partidos do centrão como PRB, MDB e PSD em posição de “independên­cia”, o governo deve publicar o decreto em até dez dias.

Além de estabelece­r critérios para as nomeações, o texto tem como objetivo tentar blindar o Planalto de acusações de toma lá dá cá, em que o governo atende pleitos dos políticos em troca de votos no Congresso.

Deputados afirmaram à reportagem, porém, que a formação de uma base consolidad­a do governo está ligada à distribuiç­ão dos postos. Um líder de partidos favoráveis à reforma da Previdênci­a chegou a afirmar que as siglas preferem não ser “apoio consistent­e”, mas “apoio condiciona­do” - em referência aos termos polêmicos usados pelo líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO) para chamar reunião na terça-feira (5).

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