Pressionado, governo fará nomeações após volta de Bolsonaro
Brasília -
Pressionado por parlamentares na Câmara para distribuir nomeações de segundo escalão nos estados, o governo estuda como fará o loteamento após a volta do presidente Jair Bolsonaro (PSL) a Brasília sem soar como prática fisiológica.
Para isso, o governo preparou um decreto que estabelece critérios para deputados indicarem aliados para cargos de confiança de segundo escalão da administração federal nos estados.
Entre eles, a obrigatoriedade de ser ficha limpa e cumprir requisitos técnicos para a vaga, como em alguns casos ter curso superior e uma especialização na área.
Tais exigências são vistas como impraticáveis por parlamentares, segundo os quais os salários não atraem quadros tão capacitados.
O texto está praticamente pronto, dizem aliados, à espera do aval de Bolsonaro, que teve alta nesta quartafeira (13). A demora do governo em definir como será a distribuição nos estados tem deixado parlamentares inquietos e irritados.
Com a aproximação da data em que deve ser apresentada a proposta da Previdência e uma base ainda fragmentada, com partidos do centrão como PRB, MDB e PSD em posição de “independência”, o governo deve publicar o decreto em até dez dias.
Além de estabelecer critérios para as nomeações, o texto tem como objetivo tentar blindar o Planalto de acusações de toma lá dá cá, em que o governo atende pleitos dos políticos em troca de votos no Congresso.
Deputados afirmaram à reportagem, porém, que a formação de uma base consolidada do governo está ligada à distribuição dos postos. Um líder de partidos favoráveis à reforma da Previdência chegou a afirmar que as siglas preferem não ser “apoio consistente”, mas “apoio condicionado” - em referência aos termos polêmicos usados pelo líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO) para chamar reunião na terça-feira (5).