Operação prende seis suspeitos de extorsão
Seis suspeitos foram presos nesta quinta-feira (14) durante Operação Boi na Linha, da Polícia Civil, para desarticular um esquema de extorsão de pessoas que tiveram veículos roubados ou furtados. Mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos em Londrina, Curitiba, Rolândia e Jaguapitã. Os criminosos, no entanto, blefavam: não tinham a posse do carro ou moto.
A quadrilha que extorquia os proprietários praticava o crime por telefone. As vítimas eram encontradas por meio de redes sociais, quando anunciavam que seus veículos tinham sido roubados. A quadrilha, então, pedia dinheiro para devolvê-los. Oito pessoas envolvidas no esquema foram identificadas. Dessas, seis foram presas e duas são consideradas foragidas.
Há a suspeita de que algumas dessas ligações eram feitas de dentro de presídios. As investigações iniciaram há quatro meses e os mandados desta quinta-feira foram um desdobramento da primeira fase da operação, em que foram presas pessoas de Brasília que extorquiam paranaenses.
Segundo o delegado Eric Tutia Guedes, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, de Curitiba, a polícia identificou as vítimas com o recolhimento de dados das contas bancárias e de telefones celulares. “A maior parte das pessoas presas fornecia contas bancárias para que as vítimas depositassem os valores. Muitas dessas vítimas chegaram a depositar. O que a gente orienta é que as pessoas não façam esse tipo de depósito, que elas procurem a delegacia”, lembrou Guedes.
A maioria dos presos já tem passagem pela polícia, segundo Guedes. “Muitas dessas pessoas têm relaciona- mentos com quem pratica esse tipo de golpe”, alertou. A operação também investiga se há envolvimento de policiais no repasse de informações. Isso porque, embora algumas vítimas tenham divulgado fotos do veículo em redes sociais, inclusive com a placa, pessoas comuns não têm acesso ao número de motor e chassi. “Pela placa publicada nas redes sociais é possível ter alguns dados pelo site do Detran. Mas há a suspeita de envolvimento de pessoas com acessos a dados do Estado.”
A polícia pretende interrogar os presos temporários e identificar todos os integrantes da quadrilha. “Chegar na pessoa que passa essa informação”, afirmou o delegado.
Em Curitiba, a polícia ouviu 20 depoimentos de vítimas. Metade delas chegou a depositar o valor pedido para resgate do carro, que varia de acordo com veículo. “De R$ 300 a R$ 10 mil.” O golpe é aplicado a nível nacional, de acordo com Guedes. Nessa segunda fase da operação, a maior parte dos associados à quadrilha era de Rolândia.