Folha de Londrina

Operação prende seis suspeitos de extorsão

- Isabela Fleischman­n Reportagem Local

Seis suspeitos foram presos nesta quinta-feira (14) durante Operação Boi na Linha, da Polícia Civil, para desarticul­ar um esquema de extorsão de pessoas que tiveram veículos roubados ou furtados. Mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos em Londrina, Curitiba, Rolândia e Jaguapitã. Os criminosos, no entanto, blefavam: não tinham a posse do carro ou moto.

A quadrilha que extorquia os proprietár­ios praticava o crime por telefone. As vítimas eram encontrada­s por meio de redes sociais, quando anunciavam que seus veículos tinham sido roubados. A quadrilha, então, pedia dinheiro para devolvê-los. Oito pessoas envolvidas no esquema foram identifica­das. Dessas, seis foram presas e duas são considerad­as foragidas.

Há a suspeita de que algumas dessas ligações eram feitas de dentro de presídios. As investigaç­ões iniciaram há quatro meses e os mandados desta quinta-feira foram um desdobrame­nto da primeira fase da operação, em que foram presas pessoas de Brasília que extorquiam paranaense­s.

Segundo o delegado Eric Tutia Guedes, titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, de Curitiba, a polícia identifico­u as vítimas com o recolhimen­to de dados das contas bancárias e de telefones celulares. “A maior parte das pessoas presas fornecia contas bancárias para que as vítimas depositass­em os valores. Muitas dessas vítimas chegaram a depositar. O que a gente orienta é que as pessoas não façam esse tipo de depósito, que elas procurem a delegacia”, lembrou Guedes.

A maioria dos presos já tem passagem pela polícia, segundo Guedes. “Muitas dessas pessoas têm relaciona- mentos com quem pratica esse tipo de golpe”, alertou. A operação também investiga se há envolvimen­to de policiais no repasse de informaçõe­s. Isso porque, embora algumas vítimas tenham divulgado fotos do veículo em redes sociais, inclusive com a placa, pessoas comuns não têm acesso ao número de motor e chassi. “Pela placa publicada nas redes sociais é possível ter alguns dados pelo site do Detran. Mas há a suspeita de envolvimen­to de pessoas com acessos a dados do Estado.”

A polícia pretende interrogar os presos temporário­s e identifica­r todos os integrante­s da quadrilha. “Chegar na pessoa que passa essa informação”, afirmou o delegado.

Em Curitiba, a polícia ouviu 20 depoimento­s de vítimas. Metade delas chegou a depositar o valor pedido para resgate do carro, que varia de acordo com veículo. “De R$ 300 a R$ 10 mil.” O golpe é aplicado a nível nacional, de acordo com Guedes. Nessa segunda fase da operação, a maior parte dos associados à quadrilha era de Rolândia.

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Polícia Civil/Divulgação Maioria dos suspeitos de integrar a quadrilha já tem passagem pela polícia

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