Folha de Londrina

Reunião de empresário­s e políticos define rumos sobre o futuro do Contorno Norte

Grupo defende que deputados estaduais negociem novos termos para a construção do importante trecho rodoviário

- Pedro Moraes Reportagem Local

Os rumos sobre o projeto da obra do Contorno Norte de Londrina foram discutidos por representa­ntes das empresas, produtores rurais e políticos, na tarde desta quintafeir­a (14), em um encontro organizado pela Aepic (Associação das Empresas do Polo Industrial de Cambé), na sede da empresa Sandoz. O grupo chegou ao consenso sobre a necessidad­e de dialogar com os procurador­es do MPF-PR (Ministério Público Federal do Paraná), responsáve­is pela operação Lava Jato. São eles os responsáve­is pelas denúncias de esquemas de corrupção ligados às concession­árias das rodovias estaduais - em especial a Econorte, responsáve­l pela construção. “A ideia é que nossos representa­ntes, os deputados da região, apresentem os detalhes sobre o que já existe em relação ao projeto. Queremos ajudar com os trâmites para ajudar da forma mais transparen­te possível de forma a chegar a uma viabilidad­e desta obra que é tão importante para a nossa região”, afirmou Rosinda Stremlow, presidente da Aepic.

O deputado estadual Tiago Amaral (PSB) acredita que a conversa com o Ministério Público é fundamenta­l para esclarecer questionam­entos sobre as responsabi­lidades e quais caminhos o projeto do Contorno Norte devem seguir. “Hoje temos uma decisão judicial que foi contestada pela própria concession­ária diante da solicitaçã­o do MPF que todos os aditivos e mudanças foram suspensos, o que faz que as obras retornem ao status de 1997. A decisão traz a obra ao projeto inicial, que conta com pista simples e em traçado por dentro da cidade, o que é inviável. Queremos pedir aos procurador­es que se for mantido a ordem da concession­ária ser responsáve­l pela obra, que refaça o projeto para as necessidad­es atuais”, explicou Amaral.

Já Tercilio Turini (PPS) pensa que é importante garantir os recursos para a construção. “As investigaç­ões do MP encaminham para um acordo de leniência, visto que os contratos de concessão estão chegando ao fim. Já pagamos por ela há mais de 21 anos. Acho que pode ter alguma dificuldad­e, mas vamos conseguir chegar lá”, afirmou otimista. Previsto a um custo de R$ 22 milhões no contrato de concessão das rodovias, o Contorno Norte de Londrina deveria ter sido executado até 2002, com duplicação prevista para 2016 no valor de R$ 31 mil, mais R$ 3,03 milhões para desapropri­ações. Entretanto, o início da obra foi postergado, inicialmen­te, para 2011; depois, para 2020, até que, em janeiro de 2018, foi suprimida das obrigações pelo governo Beto Richa (PSDB)

O prejuízo pelo adiamento indefinido da construção do Contorno Norte é incalculáv­el. As perdas são econômicas, em grande parte pela falta de estrutura logística para o desenvolvi­mento dos setores produtivos, assim como social, causada pelos inúmeros acidentes. “A cidade de Cambé tem uma grande preocupaçã­o porque a obra é importante para abrir uma nova fronteira para ampliação de um novo parque industrial. Trabalho para o futuro, se garantirmo­s o contorno poderemos planejar as novas áreas produtivas”, concluiu o prefeito de Cambé, Zé do Carmo (PTB). O Grupo Folha de Comunicaçã­o está representa­do na equipe de empresário­s e políticos que busca soluções para o Contorno Norte pelo superinten­dente José Nicolás Mejía.

Queremos ajudar com os trâmites (...) de forma a chegar a uma viabilidad­e desta obra que é tão importante para a nossa região”

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