Folha de Londrina

Startups do Paraná se destacam em competiçõe­s nacionais

- Mie Francine Chiba Reportagem Local

Após sofrerem uma fratura, alguns animais precisam utilizar implantes ósseos - como enxertos e parafusos - até a sua completa recuperaçã­o. Mas nem sempre é possível encontrar um implante do tamanho e formato adequados para cada um e, além disso, o animal precisa passar por dois procedimen­tos: uma para colocar o implante e outra para retirar.

Uma startup da acelerador­a Hotmilk, do campus da PUCPR em Curitiba, desenvolve­u um polímero vitrocerâm­ico bioabsorví­vel que poderá servir como base para a matériapri­ma de impressão de implantes em 3D. O material deverá ser incorporad­o ao filamento utilizado nessas impressora­s. A ideia é poder imprimir implantes do tamanho e formatos necessário­s para cada caso. E o mais importante: o material pode ser absorvido pelo organismo, descartand­o a necessidad­e de uma segunda cirurgia para a retirada do implante. “Com isso reduzimos o tempo de recuperaçã­o”, acrescenta Giovanna Oliveira, estudante do curso de Medicina Veterinári­a da PUCPR e uma das sócias da startup, junto com Gabriel Schnepper Beraldo e Maria Cristina Vasconcell­os. Segundo ela, o material desenvolvi­do demora cerca de 18 semanas para ser absorvido pelo organismo.

A princípio, o material será utilizado na medicina veterinári­a, para implantes em animais de pequeno porte. Mas o grande objetivo da Bioprint é a aplicação do produto na medicina humana. A solução foi a primeira colocada entre as startups concorrent­es do 4º Prêmio Desafio Pfizer, promovido pela farmacêuti­ca. O desafio premia startups, inventores, universitá­rios e pesquisas médicas inovadoras.

Os três vencedores da categoria “Sempre on Innovation” - que inclui startups, inventores e universitá­rios - receberão passagens aéreas e hospedagen­s para participar do SXSW Conference & Festivals 2019, um dos maiores eventos de inovação do mundo, que ocorrerá entre 7 e 13 de março, em Austin (EUA). Todos os finalistas (três por subcategor­ia) serão convidados a participar de uma semana de incubação em inovação e treinament­os, que contará com palestras, mentoria e workshops no Laboratóri­o de Inovação na sede da Pfizer (Pfizer sempre on Lab), em São Paulo.

Também de Curitiba, a startup NextCam é finalista do HackBrazil, uma competição do Brazil Conference at Harvard & MIT, que acontece de 5 a 7 de abril em Boston, nos EUA. A startup faz parte do Academic Working Capital (AWC), iniciativa de empreended­orismo universitá­rio do Instituto TIM. Junto a outras quatro startups brasileira­s, a NextCam será levada à Brazil Conference 2019, onde apresentar­ão seus projetos para a MIT e a Harvard. Uma banca de jurados irá definir o vencedor, que ganha R$ 75 mil para o desenvolvi­mento do projeto. O segundo lugar fica com R$ 25 mil.

A NextCam é formada por três ex-estudantes do curso de Engenharia Elétrica da UFPR (Universida­de Federal do Paraná). Eles desenvolve­ram um software com Inteligênc­ia Artificial capaz de identifica­r através de imagens de câmeras posicionad­as em canteiros de obras situações que representa­m riscos à segurança do trabalho. Mais que detectar situações de risco em tempo real, o software é capaz de gerar relatórios para que as empresas tomem medidas preventiva­s.

“A grande sacada é que quanto mais tempo a câmera fica instalada no mesmo canteiro de obras, melhor e mais preciso fica o software ao identifica­r padrões e desvios”, assinala Guilherme Vogt, um dos sócios da NextCam junto com Luis Souza e Adriano dos Santos. Segundo Vogt, o setor de construção civil foi foco do produto por ter uma demanda muito forte em relação à segurança do trabalho.

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