Dono da Iguaçu do Brasil é condenado de novo por estelionato
O juiz da 5ª Vara Criminal de Londrina, Paulo César Roldão, condenou nesta quinta-feira (14) o dono da construtora Iguaçu do Brasil, Carlos Alberto Campos de Oliveira, a três anos, dez meses e 20 dias em regime semiaberto por estelionato. A denúncia do Ministério Público narra 13 golpes praticados contra clientes que compraram terrenos no condomínio Gran Villagio, que seria construído em uma área de mais de três mil metros quadrados na Gleba Jacutinga. Segundo o despacho, o réu poderá aguardar em liberdade até o início da execução da pena.
Na sentença, o magistrado também absolveu 11 pessoas que, conforme o MP, faziam parte de um esquema criminoso para enganar os compradores. Os promotores que encabeçaram as investigações afirmaram que o grupo adquiria lotes em nome da Iguaçu, efetuavam os pagamentos com cheques sem fundo e passavam-se pelos verdadeiros proprietários. “Com diversos benefícios e propostas vantajosas apresentadas às vítimas, como a possibilidade de pagamento com bens próprios e preços relativamente baixos, vendiam diariamente os espaços, causando prejuízo a quem caía no engodo aplicado pelos denunciados”, diz um trecho da acusação.
Porém, para o juiz, “as provas colhidas não apontaram com segurança que os acusados possuíam intenção, mesmo que eventual, de ludibriar e lesionar as vítimas, visando assim obterem vantagens ilícitas. Não restou demonstrado que tenham recebido qualquer recurso indevido em detrimento ao patrimônio dos clientes, uma vez que não há nos autos qualquer prova de que os funcionários da empresa recebiam valores além de seus salários, inexistindo assim que tenham cometido estelionato, como aponta a denúncia”.
Em nota, os advogados Rafael Soares, Walter Bittar, Luiz Antônio Borri e Rodrigo José Mendes Antunes, que defendem Maurício Ribas Guimarães e Guidimar dos Anjos Guimarães, este último considerado pelo Ministério Público como um dos líderes da organização junto com Carlos Alberto Campos, afirmaram que “sempre confiaram na Justiça. Estas acusações não possuem a mínima razoabilidade. Guidimar tem um nome honrado e assim continuará. Como demonstrado, jamais participou ou participaria de algo do gênero. Em mais de 50 anos como empresário, sempre pautou sua conduta pelo respeito e a ética”.
A FOLHA tentou contato com a defesa do dono da construtora, mas não teve retorno. Em março de 2018, Oliveira foi sentenciado a cinco anos e dez meses de prisão em regime fechado, pagamento de multa de R$ 8 mil por 11 crimes de estelionato e um de falsidade ideológica. O promotor Jorge Barreto informou que irá recorrer da decisão de primeira instância.
Na sentença, o juiz também absolveu 11 pessoas que, conforme o MP, faziam parte do esquema