Folha de Londrina

Bolsonaro define idades mínimas de 62 anos para mulheres e 65 para homens

Também ficou estabeleci­do que haverá um período de 12 anos de transição; proposta da nova Previdênci­a deve ser enviada à Câmara no dia 20

- Gustavo Uribe Thiago Resende Folhapress

Brasília - O presidente Jair Bolsonaro decidiu nesta quinta-feira (14) que a nova reforma previdenci­ária estabelece­rá idades mínimas de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens.

Em reunião com a equipe econômica, ficou estabeleci­do que haverá um período de 12 anos de transição para se chegar aos pisos para recebiment­o da aposentado­ria.

A confirmaçã­o foi feita pelo secretário especial de Previdênci­a do Ministério da Economia, Rogério Marinho. Segundo ele, a equipe econômica defendeu uma única idade mínima para homens e mulheres de 65 anos, o que foi recusado pelo presidente.

“A equipe econômica defendeu a ele 65 anos iguais para os dois gêneros e uma transição de dez anos. Essa era a ideia da equipe. E, após uma negociação com o presidente, o resultado é 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. É uma transição de 12 anos”, disse.

Marinho ponderou que, apesar da decisão anunciada, o texto do projeto ainda pode sofrer alterações até a quartafeir­a (20). Ele será submetido até o dia do anúncio à área jurídica do Palácio do Planalto.

“Hoje o presidente, dentro das informaçõe­s que recebeu, tomou a decisão final. O texto está pronto e já começa a circular dentro das instâncias internas para ser validado”, disse.

Segundo ele, a ideia é que, na quarta-feira (20), Bolsonaro faça um pronunciam­ento à nação, explicando os detalhes da proposta. O discurso deve ser realizado em cadeia nacional de televisão e rádio.

Marinho lembrou que, a princípio, o presidente defendeu uma idade mínima de 60 anos e um período maior de transição, opinião que foi alterada após negociação com a equipe econômica.

“O presidente tem sensibilid­ade e entende as condições da economia. Ele fez a distinção dos gêneros. E nós conseguimo­s encurtar um pouco a questão da transição”, afirmou.

A expectativ­a é de que na próxima quarta-feira (20) o presidente assine o texto e, no mesmo dia, ele seja divulgado publicamen­te e enviado à Câmara dos Deputados.

A reforma da Previdênci­a de Bolsonaro é mais dura do que a versão final do projeto do expresiden­te Michel Temer.

O texto de Temer, após tramitar por comissão especial da Câmara, já poderia ser votado pelo plenário da Câmara e também prevê a criação de uma idade mínima de 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres).

Mas essas faixas etárias seriam alcançadas em 20 anos.

Ao encurtar a escalada da idade mínima, o governo tem como objetivo economizar mais no pagamento de aposentado­rias, já que as regras para se aposentar ficarão mais rígidas em um período mais curto.

SERVIDORES E MILITARES

Um integrante da equipe econômica confirmou que, pela proposta de Bolsonaro, os servidores públicos também terão que cumprir as idades mínimas previstas no projeto. Atualmente, os servidores podem se aposentar com 60 anos (homem) e 55 anos (mulheres).

A intenção é enviar o projeto de lei que aumenta o tempo de serviço mínimo exigido para militares junto com a PEC (Proposta de Emenda à Constituiç­ão) que define as mudanças nas regras de aposentado­rias para o serviço público e iniciativa privada.

Mas, de acordo com um dos participan­tes da reunião com Bolsonaro, isso ainda pode ser alvo de discussões, o que poderia adiar a apresentaç­ão do projeto de lei referente aos militares.

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Fábio Rodrigues Pozzobom/Agência Brasil Rogério Marinho, secretário especial de Previdênci­a: segundo ele, presidente recusou proposta da equipe econômica de idade única de 65 anos para aposentado­ria de homens e mulheres

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