Ricos e pobres vão se aposentar com a mesma idade, diz campanha
Brasília - A campanha publicitária elaborada pelo governo para defender a reforma da Previdência vai abordar que trabalhadores ricos e pobres vão se aposentar com a mesma idade. Em linha com o discurso que vem sendo construído pela equipe do presidente Jair Bolsonaro, a mensagem da ação será o combate aos privilégios.
Nas peças publicitárias, a ideia é se referir a uma “nova Previdência”. Com as mudanças, “o rico terá que se aposentar com a mesma idade que o pobre”, diz trecho da campanha. Em seguida, o texto deve reforçar a questão da isonomia nas regras e destacar que “o pobre com a mesma idade do rico”.
Ao propor a criação de uma idade mínima exigida para aposentadorias, o governo quer combater as chamadas aposentadorias precoces, que atendem essencialmente trabalhadores de renda mais alta.
Atualmente, há duas formas de trabalhadores da iniciativa privada se aposentarem. Uma delas é por idade e exige 65 anos (homem) e 60 anos (mulher), além de 15 anos de contribuições ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O segundo modelo é a aposentadoria por tempo de contribuição, que alcança a população de renda mais alta -e que consegue se manter num emprego formal por mais tempo - e cujo valor do benefício é maior.
Em média, um brasileiro se aposenta com 56 anos de idade por esse sistema após ter contribuído por 35 anos. Mulheres precisam pagar o INSS por 30 anos e conseguem o benefício, em média, com 53 anos.
Enquanto formulava a proposta da reforma, a equipe econômica também começou a trabalhar na estratégia para aprovação do texto no Congresso e para comunicação com a sociedade sobre as mudanças nas regras de aposentadorias.
Além do combate a privilégios e desigualdades, o governo também preparou medidas para combater fraudes e aprimorar a recuperação de dívidas com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
A medida provisória que passa um pente-fino nos benefícios do INSS já foi enviada ao Congresso e abre caminho para a votação da reforma da Previdência, que por ser uma alteração constitucional, precisa do apoio de três quintos de cada Casa.