Boas condições de mercado fazem Coamo fechar 2018 com receita de R$ 14,8 bilhões, resultado 33,6% acima do registrado no ano anterior
Resultado foi 33,6% acima do registrado no ano anterior. Sobra líquida foi de R$ 800,38 milhões
ACoamo Agroindustrial Cooperativa teve um crescimento de 33,6% na receita global em 2018 em relação ao ano anterior. A sobra líquida foi de R$ 800,38 milhões. Os resultados foram apresentados nesta sexta-feira (15), na Assembleia Geral Ordinária realizada em Campo Mourão (Centro-Oeste). O rateio das sobras será pago na segunda-feira (18). O resultado do ano foi o melhor da cooperativa em relação as receitas globais, que totalizaram R$ 14,80 bilhões.
Os bons volumes de produção da safra 2017/2018 e as condições de mercado foram apontados pelo presidente José Aroldo Gallassini como responsáveis pelo desempenho. “As condições de mercado propiciaram um bom momento para os associados comercializarem a produção, refletindo no aumento das receitas da cooperativa. Os cooperados deixaram 46 milhões de sacas de produtos de 2017, que foram vendidas em 2018 com preço bem maior”, disse Gallassini. Ele também comentou que os saldos a fixar de safras passadas foram reduzidos trazendo os estoques de passagem para níveis normais. A Coamo conta com mais de 28,6 mil associados e 7,8 mil funcionários.
A soja foi o destaque do mercado em 2018, com preços atraentes para os produtores. A safra 2017/2018 foi de 19.189.121 toneladas no Paraná. A capacidade estática de armazenagem da Coamo passou para 5,45 milhões de toneladas a granel e 956,50 mil toneladas de ensacados, totalizando 6,41 milhões de toneladas.Com esta estrutura a cooperativa recebeu 7,20 milhões de toneladas de produtos, correspondente a 3,2% da produção brasileira de grãos.
A comercialização ganhou ritmo forte a partir de fevereiro com as altas em Chicago devido à seca na Argentina e ganhou ainda mais fôlego a partir de março, com altas do dólar, de R$ 3,20 para R$ 4,20 em seis meses. O milho e o trigo também tiveram preços atraentes, como consequência do movimento do dólar. Porém, a seca comprometeu a produtividade de ambas as culturas e as chuvas atrapalharam a qualidade do trigo.
PERSPECTIVAS
Ao contrário de 2018, o crescimento deste ano deve ser menos robusto em função da frustração da safra de soja. As estimativas do Deral (Departamento de Economia Rural) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná, é de uma produção de 16.856.652 toneladas, queda de 12% em relação a safra passada.
As regiões Noroeste (-24%), Oeste (-24%) e Centro-Oeste (-21%) são as mais afetadas pela estiagem. Na região de atuação da Coamo, Campo Mourão tem previsão é de quebra de 21% e Toledo (Oeste), de 36%.
“A frustração da safra preocupa bastante. Vamos ver como se reflete no próximo faturamento”, afirmou Gallassini. Ele disse também que, no caso da soja, os preços caíram entre R$ 10 e R$ 12 por saca. “A saca estava R$ 82,5 e agora está R$ 70. Se continuar assim, podemos ter redução no faturamento”, comentou.
Apesar do cenário, Gallassini afirmou que a cooperativa esta bem capitalizada e com um boa cobertura de segura agrícola. “Outras quebras de safra foram ultrapassada com sucesso”, declarou.
INVESTIMENTOS
De acordo com Gallassini, o total dos investimentos em 2018 somaram R$ 671,47 milhões, um crescimento de 71,4% em relação ao ano anterior. Foram construídos quatro novos entrepostos, investimento de R$ 1 milhão em melhorias dos entrepostos existentes e construção da planta de Dourados (MS). “Destacamos valores investidos nas obras das novas indústrias de processamento de soja e refinaria de óleo de soja”, ressaltou. O presidente adiantou que há perspectiva de uma fábrica de ração e de beneficiamento de milho, mas que ainda não foram aprovadas.
Em 2018, foram industrializados 1,50 milhão de toneladas de soja, 196,08 mil toneladas de trigo, 3,73 mil toneladas de café beneficiado e 6,50 mil toneladas de algodão em pluma, no Parque Industrial da Coamo.
A cooperativa também atingiu recorde no volumes de exportação, com 4,58 milhões de toneladas de produtos e faturamento de US$ 1,80 bilhão. Também foram comercializadas 762,62 mil toneladas de produtos destinados à exportação, no montante de US$ 275,44 milhões.