Folha de Londrina

Investigaç­ão sobre Queiroz vai para Grupo de Combate à Corrupção do MP

- Constança Rezende Agência Estado

Rio - A investigaç­ão sobre a movimentaç­ão financeira suspeita de assessores do hoje senador e ex-deputado Flávio Bolsonaro (PSL), entre eles o ex-motorista Fabrício Queiroz, foi enviada nesta semana para o Grupo Especializ­ado no Combate à Corrupção (Gaecc) do Ministério Público do Rio de Janeiro.

A mudança indica um aprofundam­ento nas apurações, já que o Gaecc tem como função auxiliar na prevenção e repressão a crimes e infrações civis contra o patrimônio público ou que atentem contra a probidade administra­tiva.

Segundo o Ministério Público, o grupo dará apoio ao promotor encarregad­o do caso, Luís Otávio Lopes, titular da 25ª Promotoria de Investigaç­ão Penal (PIP). A 25ª PIP cuida do caso desde que o promotor da 24ª PIP, Claudio Calo, alegou suspeição para analisar o caso. Ele já tinha se encontrado com Flávio, no final do ano passado.

Ainda de acordo com o MP, a ajuda do Gaecc será necessária porque os relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeira­s (Coaf) que apontaram as movimentaç­ões suspeitas na conta Queiroz são complexos e levam tempo para serem analisados

De acordo com o órgão, o mesmo apoio do Gaecc será dado em todos os procedimen­tos investigat­órios sobre parlamenta­res da Alerj em que os promotores pedirem ajuda. As investigaç­ões que continuam na atribuição originária já tem esse suporte do próprio Grupo de Atribuição Originária em Matéria Criminal (Gaocrim).

FURNA DA ONÇA

Ao todo, foram abertos 22 procedimen­tos de investigaç­ão penal sobre o relatório do Coaf, produzido na Operação Furna da Onça, sobre corrupção na Alerj. O documento mostrou que, por treze meses, Queiroz movimentou, em sua conta bancária, R$ 1,2 milhão, quantia considerad­a incompatív­el com sua renda. Também apontou movimentaç­ões atípicas nas contas de mais de 70 assessores e exassessor­es de outros 21 parlamenta­res, além de Flávio.

O Coaf descobriu que Queiroz recebeu regularmen­te depósitos de colegas de gabinete na Alerj, muitas vezes em datas próximas dos dias de pagamento de salário. A prática indicaria a ocorrência da chamada “rachadinha”, procedimen­to irregular pelo qual os servidores nomeados em cargos de confiança repassaria­m ao deputado a maior parte ou a totalidade de seus salários.

Flávio Bolsonaro nega ter participad­o ou tido conhecimen­to de irregulari­dades no caso. Queiroz, em entrevista­s, também afirmou ser inocente. Atribuiu a movimentaç­ão a supostas operações de compra e venda de carros usados.

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