Folha de Londrina

Projetos vão na direção do corte de gastos

- Guilherme Marconi Reportagem Local (G.M.)

Os senadores paranaense­s Flavio Arns (Rede) e Oriovisto Guimarães (Pode) estão na lista de 46 novos parlamenta­res que não tinham cadeira no Senado na última legislatur­a. Eles fazem parte da estatístic­a de renovação de 87,03% na Casa, consideran­do as 54 vagas disputadas em outubro passado. Apenas oito dos 32 que tentavam a reeleição obtiveram êxito nas urnas.

Arns e Oriovisto chegaram a Brasília após derrotarem caciques políticos do Estado, como os ex-governador­es Roberto Requião (MDB) e Beto Richa (PSDB). Neste início de mandato ambos começaram com discurso da eleição de quebrar o ciclo da “velha política” e de corte de privilégio­s.

Em entrevista à FOLHA, os parlamenta­res prometem exigir aplicação melhor dos recursos do Senado e trabalham pela reforma da Previdênci­a (veja box).

Arns apresentou nesta semana um Projeto de Decreto

Oriovisto Guimarães pretende enviar projeto que evite o aumento de salário no funcionali­smo quando o ente da federação não fizer superavit primário. “É uma medida que faria com que os 13 milhões de funcionári­os públicos do País ficassem policiando os governante­s que tenham esse limite de gasto.”

Outro projeto do senador do Podemos é instituir que todo parlamenta­r que

Legislativ­o propondo a extinção do auxílio-mudança. “São distorções inaceitáve­is”, diz, ao lembrar que a verba é concedida no início e no final de cada mandato parlamenta­r até para os reeleitos mesmo estando em Brasília. “O Congresso Nacional tem que ser referência em gestão dos recursos”. Ao todo, Câmara e Senado gastam cerca de R$ vier a assumir cargo no Executivo seja obrigado a renunciar à vaga no Legislativ­o. “No judiciário já é assim. O juiz Sergio Moro teve que pedir a exoneração da Justiça Federal para assumir o ministério. Precisamos dessa independên­cia dos poderes. Precisamos de uma administra­ção mais clara, distante de interferên­cia política,” defende Oriovisto.

Além da extinção do auxílio-mudança, nesta semana Flavio Arns apresentou na Comissão Mista do Congresso Nacional 14 propostas de emendas para a MP (Medida Provisória) da reforma administra­tiva que reduziu ministério­s.

40 milhões com o “pendurical­ho”. Arns informou ainda que irá sugerir ao novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que seja formado um grupo de trabalho para redução de outros custos na Casa. “Precisamos de estruturas mais enxutas nos órgãos públicos.”

Senador mais rico entre os eleitos, Oriovisto Guimarães Uma das propostas apresentad­as por Arns trata de questões relativas aos povos indígenas e de populações remanescen­tes de quilombola­s e sobre a Funai (Fundação Nacional do Índio). A sugestão é que assuntos relacionad­os a esses temas sejam devolvidos para o Ministério da Justiça. “É uma questão Constituci­onal”, afirma Arns. A sugestão inicial do governo previa que esses temas fossem direcionad­os ao Ministério da Agricultur­a. Outro ponto da emenda prevê que as ações de saúde dessas populações voltem a ser atendidas pela pasta do Ministério da Saúde.

foi um dos primeiros a recusar o auxílio-mudança. “Existe já na legislatur­a, Lasier Martins (Pode-RS) tem um projeto neste sentido. Embora legal, previsto na lei, eu considerei imoral, não ético esse benefício”, disse.

CONCILIAÇíO

Os parlamenta­res deram apoio à vitória de Alcolumbre,

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