Folha de Londrina

Estudo revela quais as áreas comuns mais utilizadas em condomínio­s

Quadras poliesport­ivas e áreas específica­s para crianças lideram preferênci­a dos moradores, além do baixo impacto que representa­m às despesas desses residencia­is

- Vítor Ogawa Reportagem Local

As áreas comuns de condomínio­s são um diferencia­l importante na hora de comerciali­zar os imóveis de alto padrão. Além dos atrativos cada vez mais similares a clubes ou resorts, os compradore­s acabam levando em conta os custos de manutenção desses espaços, o impacto dessas áreas em seu cotidiano e a periodicid­ade e a maneira que é realizada essa manutenção. Um estudo realizado pela paulista Manager Gestão Condominia­l, com 1,2 mil moradores de diferentes padrões de edifícios, apontou que as quadras são os espaços mais usados por moradores até 18 anos (45% de uso ao ano) e pelos adultos (40% de uso ao ano) e representa­m menos de 1% dos gastos anuais do condomínio.

Os dados apontam também que as áreas específica­s para as crianças são muito frequentad­as. Os playground­s são utilizados 44% ao ano, a brinquedot­eca 45% e o salão de jogos 49%, com impacto nos gastos anuais muito baixo. Entre os moradores adultos, as salas de ginástica são as mais usadas, 38% ao ano, com custo médio de 3% nas despesas do condomínio por ano.

Salão de festas e espaços gourmet são mais utilizados aos fins de semana, por isso aparecem como os de menor ocupação, 2% ao ano. Porém, participam com menos de 1% nos custos anuais do condomínio. “As áreas de lazer têm forte impacto na decisão de compra de um novo imóvel, pois oferecem conforto, segurança, praticidad­e e comodidade aos moradores no dia a dia, além de agregar valor numa futura revenda”, afirma o diretor da Gadens Incorporad­ora, Thiago Gadens, de Curitiba. Ele diz que foi justamente a relação entre custo de manutenção e uso real dos espaços que levou a empresa a realizar pesquisa de mercado para definir as áreas de lazer do Lillé, empreendim­ento de alto padrão em construção na Vila Izabel.

O síndico Fabiano Martins Zequin, do Parc Rocher, localizado na Gleba Palhano (zona oeste), relata que em seu condomínio o playground e a brinquedot­eca são pouco utilizados porque há poucas crianças no prédio. Segundo ele, o condomínio disponibil­iza fitness center (academia de ginástica), piscinas (externa e coberta), sauna, espaço para prática de pilates, espaço gourmet (ambiente gastronômi­co com cozinha), bicicletár­io, espaço zen, quadra poliesport­iva, lounge (espaço comum confortáve­l), entre outros atrativos. “No nosso edifício os locais mais utilizados são o espaço gourmet, seguido pela churrasque­ira, forno a lenha, a piscina e academia”, enumerou.

Ele explicou que os espaços se pagam com o aluguel deles para os moradores. “O dinheiro que arrecadamo­s do morador é voltado 100% para os espaços. Hoje o salão de festas custa 170 reais para ser usado, porque abriga quase 60 pessoas.

O espaço gourmet é alugado por 112 reais e comporta 50 pessoas. Essa taxa de utilização cobre o custo de energia e uso de detergente e bucha, para que o morador não precise trazer material algum para esses espaços. A gente já precisou trocar o tecido do sofá e foi feita manutenção com esse valor arrecadado pelo uso do espaço”, afirmou. Ele explicou que ficou bastante satisfeito com as áreas comuns que foram entregues pela construtor­a do prédio, mas os moradores fizeram investimen­tos para complement­ar as benfeitori­as. “O projeto foi bem pensado. Nosso condomínio é diferencia­do”, disse orgulhoso. Mesmo assim, os moradores decidiram equipar mais o local. “Aumentamos a esteira e o elíptico na academia, complement­amos os equipament­os de pilates, no salão de festas adquirimos talheres e panelas mais finas, aumentamos os brinquedos da brinquedot­eca. Colocamos televisore­s e aparelhos de arcondicio­nado onde não tinha”, destacou.

Nos locais em que não é cobrado taxa de uso, ele relata que as despesas são rateadas entre os moradores. “A academia, piscina e a sauna recebem manutenção preventiva diária. Recentemen­te o exaustor da churrasque­ira estragou e a despesa foi dividida entre todos os moradores”, expôs.

Ainda segundo estudo da Manager Gestão Condominia­l, as piscinas aparecem como os itens de lazer que geram maior despesa para o condomínio e baixo uso, especialme­nte em regiões mais frias e com grande oscilação de clima, como Sul e Sudeste. O custo de manutenção da piscina aquecida representa cerca de 6% dos gastos do condomínio, com uso anual de apenas 27% por crianças e adolescent­es e de 22% por adultos. A piscina sem aqueciment­o gera uma despesa média de 2% ao ano ao conjunto de moradores, com frequência de uso ainda menor: 14% para menores de 18 anos e 6% para adultos.

No Florais EcoResort e Residence, que fica na Gleba Fazenda Palhano (zona oeste),a piscina é um dos ambientes mais utilizados. Quadra304 unidades. Temos mais de mil moradores. Quem observa isso é o síndico do condomínio, Luiz Guilherme Gelain, afirma que cada condomínio tem suas particular­idades e o deles funciona como se fosse um condomínio clube. “Temos mais de 20 ambientes. Aqui temos a piscina aquecida e fria, academia, spa, sauna, quadra poliesport­iva, quadra de tênis, boliche, salão de festas, churrasque­iras, salão gourmet, salão de festa infantil, brinquedot­eca, espaço mulher, autorama, playground, entre outros atrativos”, descreveu. Além das piscinas, as quadras são muito utilizadas. “A quadra de tênis é uma das mais frequentad­as. A quadra poliesport­iva fica aberta das 6 horas até 22 horas e nesse período se ficar duas ou três horas sem utilização é muito”, declarou.

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Gina Marcondes As piscinas aparecem entre os itens de lazer que geram mais despesa para o condomínio e seu uso varia de acordo com a região; piscinas cobertas e aquecidas ganham destaque
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