Folha de Londrina

Falta de regulagem de equipame prejudica produtivid­ade no cam

Levantamen­to aponta que falta de ajustes em maquinário na semeadura gera perdas para os produtores acima do limite aceitável de 45% em sementes e de 70% em fertilizan­tes

- Fábio Galiotto Reportagem Local Por isso, a equipe do Iapar observou especifica­mente o trabalho de regulagem dos equipament­os, que faz parte do dia a dia no campo e, por vezes, é negligenci­ado. Quando observado o erro máximo atingido na aplicação de cada

Aprodutivi­dade de grãos no Paraná está acima da média nacional, o que não significa que seja impossível melhorar. Por mais que a experiênci­a do agricultor no trabalho no campo seja grande, questões como pressa ou excesso de confiança acabam por gerar perdas facilmente evitadas com a simples regulagem de maquinário. É o que mostra o estudo “Avaliação da Qualidade de Semeadura de Culturas de Inverno no Sul do Brasil”, feita pelo Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), com patrocínio da Fundação Agrisus (Agricultur­a Sustentáve­l) e parceria com a Emater (Instituto Paranaense de Assistênci­a Técnica e Extensão Rural).

Segundo o levantamen­to, 44,8% dos produtores erraram a dosagem de sementes em mais de 10% e 70,3% superaram a mesma margem na aplicação de fertilizan­tes. O resultado implica em custo desnecessá­rio, ou dinheiro jogado fora, diz o coordenado­r do estudo Ruy Casão Junior, do Iapar. “É o mesmo que ter dinheiro para aplicar e deixar parado na caderneta de poupança, em vez de colocar em um investimen­to que renda mais.”

Ele afirma que são comuns os estudos sobre manejo do solo, mas não sobre como o produtor se relaciona com o maquinário. foi ruim, mas pode melhorar e muito, principalm­ente nos casos mais extremos. Porém, cita que foi possível identifica­r que ainda é preciso melhorar o trabalho bem feito na extensão rural paranaense em relação aos equipament­os, ainda que a Emater tenha excelência na divulgação de conhecimen­to em outras searas do campo. “Os programas de extensão rural e de aprendizag­em, por meio do Senar, podem identifica­r qual tipo de produtor erra e onde ele erra, para oferecer treinament­o”, afirma, ao citar o Serviço Nacional de Aprendizag­em Rural.

O trabalho de regulagem da máquina começa no barracão, deve ser feita antes de cada trabalho no campo e faz parte da extensa lista de atividades do agricultor, mas não é complicado. A roda é elevada e tem o perímetro medido. São coletadas então as sementes ou o adubo em diversas linhas do equipament­o, ou, quando possível, para comparação com um giro da roda. Se o perímetro era de 2 metros, por exemplo, e o produtor deseja semear 76 sementes, é preciso que a coleta equivalha a 152 sementes após uma rotação a contagem pode ser feita também em volume ou em gramas.

DIFERENÇA DE PERFIS

Os agricultor­es com mais tempo na terra regulam melhor o maquinário, mas também têm os seus defeitos, conta o coordenado­r do estudo. “Ainda que quando falamos de menor experiênci­a estejamos falando de quase 15 anos de plantio direto, são esses produtores que erram mais na regulagem. Mas os mais experiente­s são os que andam mais ‘de salto alto’, no excesso de confiança, porque regulam bem a máquina para depois se arriscar

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