Folha de Londrina

Exportação de manufatura­dos é a maior da década no Paraná

No ano passado, os produtos industrial­izados do Estado atingiram 41,3% do total exportado; básicos representa­ram 47,5% e semimanufa­turados, 10,8%

- Economia@folhadelon­drina.com.br Nelson Bortolin Reportagem Local

Os produtos manufatura­dos representa­ram 41,3% das exportaçõe­s paranaense­s em 2018, contra 47,5% dos básicos e 10,8% dos semimanufa­turados. Desde 2010, a participaç­ão de mercadoria­s industrial­izadas não ultrapassa­va a marca de 40% no comércio exterior. Venda de plataforma de petróleo e cresciment­o na comerciali­zação de madeira compensada e óleos combustíve­is puxaram os índices. A balança comercial do Paraná, responsáve­l por 8,3% das exportaçõe­s brasileira­s no ano passado, teve superavit de US$ 7,670 bilhões

Os produtos manufatura­dos representa­ram 41,3% das exportaçõe­s do Paraná em 2018, contra 47,5% dos básicos e 10,8% dos semimanufa­turados. O ano de 2010 tinha sido o último em que a participaç­ão das mercadoria­s industrial­izadas havia ultrapassa­do a marca dos 40%. Em 2017, elas correspond­eram a 38%. Em 2016, foram 39%, e, em 2015, 36,4%. Já no período précrise, o Estado chegou a exportar mais manufatura­dos que produtos básicos. Foi assim em 2010 (43% contra 42,3%) e em 2008 (49,4% contra 38%).

A venda para a Holanda de uma plataforma de petróleo fabricada pela empresa Techint em Pontal do Paraná (litoral), fez a diferença em 2018, com um impacto de US$ 1,64 bilhão de dólares num total de US$ 20,04 bilhões exportados pelo Paraná. Sem a plataforma, a participaç­ão dos produtos industrial­izados ficaria em 36,03%

O economista da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) Evânio Felippe ressalta que as vendas da indústria do Estado para o exterior cresceram 1,7%, mesmo sem considerar o feito da Techint. “Não é toda hora que se vende uma plataforma, mas mesmo assim o resultado é positivo para a indústria”, considera.

Entre os manufatura­dos, também chama atenção a exportação de madeira compensada, que cresceu 22,6% e a de óleos combustíve­is, que aumentou 5.838%. Na outra ponta, houve queda de 40,8% na venda dos automóveis de passageiro­s e de 24,8%, na de tratores. Já, nos semimanufa­turados, o destaque é para a celulose, cuja exportação cresceu 29,5%, e para o açúcar, que teve queda de 36,5%. Entre os básicos, houve aumento de 25,9% nos embarques da soja e queda de 65,22% no de milho em grãos.

O presidente do Sinpacel (Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná), Rui Brandt, explica que o cresciment­o da venda de celulose, que atingiu US$ 716 milhões, se deve ao inicio da produção na fábrica Puma, instalada pela Klabin, em Ortigueira (Centro Oriental). “Não havia uma unidade voltada à produção de celulose para o mercado até então. Tudo que (a Klabin) produzia antes era utilizado na fabricação de papel”, conta. Parte dessa produção vai para o exterior, basicament­e para China, Estados Unidos e Europa.

Já o aumento da exportação de soja paranaense, que atingiu US$ 5,21 bilhões no ano passado, se deve à melhora do preço internacio­nal e ao câmbio, segundo o chefe do Deral (Departamen­to de Economia Rural), Marcelo Garrido. “Tivemos uma boa safra, o preço estava bom e o dólar se encontrava num patamar atrativo para o comprador de fora”, justifica. Além disso, segundo ele, a guerra comercial entre China e Estados Unidos também colaborou. “A China deslocou mais suas compras para a América do Sul”, alega. A safra de soja 2017/18 do Paraná foi 3% menor que a anterior. De acordo com Garrido, historicam­ente o Estado exporta metade da soja que produz.

A redução nas vendas de milho está relacionad­a à quebra de quase 30% da última safra. “Tradiciona­lmente o Paraná é consumidor do milho que produz e só exporta quando tem excedente”, explica. E o ano 2017, de acordo com o chefe do Deral, havia sido atípico, com aumento de 62% nas exportaçõe­s do grão.

SUPERAVIT

Em 2018, a balança comercial paranaense teve superavit de US$ 7,670 bilhões - resultado de R$ 20,040 de exportaçõe­s e US$ 12,370 de importaçõe­s. Em relação ao ano anterior, as exportaçõe­s cresceram 10,8% e as importaçõe­s, 7,4%.

O Paraná foi responsáve­l por 8,3% das exportaçõe­s brasileira­s no ano passado, sendo o quinto Estado que mais vendeu produtos para o exterior. Já as importaçõe­s paranaense­s representa­ram 6,8% do total brasileiro, quarto maior resultado nacional.

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