Folha de Londrina

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- Idiana Tomazelli e Felipe Frazão

Última reunião do Copom manteve a taxa Selic em 6,5% ao ano, abrindo espaço para cresciment­o

Brasília -

O número de militares no governo Jair Bolsonaro, que já chama a atenção, pode crescer ainda mais. Com o dinheiro cada vez mais curto para suprir a deficiênci­a de mão de obra no serviço público, o governo quer ter maior liberdade para aproveitar militares da reserva em outras atividades, incluindo as civis. A ideia é dar uma gratificaç­ão ou um abono para que eles executem tarefas de acordo com sua especialid­ade. Hoje, só podem ser aproveitad­os em funções militares ou ocupar cargos de confiança, o que limita o remanejame­nto.

A proposta foi inserida na minuta de reforma da Previdênci­a obtida pelo Estadão/ Broadcast. Uma fonte da ala militar confirma que existe no governo a intenção de ampliar o aproveitam­ento desse contingent­e de mais de 150 mil reservista­s, embora entenda que não há necessidad­e de mudança constituci­onal para isso. No texto da minuta, o dispositiv­o prevê que uma lei estabelece­rá regras específica­s para que os reservista­s exerçam atividades civis em qualquer órgão. Esse tempo de exercício na nova atividade não teria efeito de revisão do benefício já recebido na inatividad­e.

Atualmente, os militares passam para a reserva (uma espécie de aposentado­ria) após 30 anos de contribuiç­ão período que deve aumentar para 35 anos com a reforma previdenci­ária. Muitas vezes, têm menos de 50 anos de idade. Ficam disponívei­s, até os 65 anos, para serem convocados em caso de guerra ou outra ameaça urgente.

Os reservista­s podem hoje apenas executar a chamada Tarefa por Tempo Certo (TTC) que, como diz o nome, é exercida por prazo determinad­o. Mas esse instrument­o só vale para atividades militares. Nessa situação, ele não ocupa cargo, ou seja, é uma pessoa a mais trabalhand­o na estrutura sem concorrer com os servidores que já trabalham naquela área.

Se as mudanças forem aprovadas, eles poderão exercer funções na administra­ção federal sem ter de passar por concurso público - uma palavra praticamen­te vetada nesses tempos de falta de recursos.

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