Folha de Londrina

DIFERENCIA­L

Profission­ais com domínio em espanhol, francês e italiano podem aumentar as chances de conquistar uma vaga. Inglês é pré-requisito

- Lais Taine Reportagem Local

Dominar o inglês não é mais suficiente para candidatos que almejam uma boa vaga de trabalho. A língua se tornou pré-requisito na seleção de candidatos fazendo com que um terceiro idioma passasse a ser considerad­o diferencia­l para alguns cargos. Gerente de recursos humanos da Atos, Patrícia Estima diz que contexto da América do Sul faz com que espanhol ganhe importânci­a

Dominar o inglês não é mais suficiente para candidatos que almejam uma boa vaga de trabalho. A língua se tornou pré-requisito na seleção de candidatos fazendo com que um terceiro idioma passasse a ser considerad­o diferencia­l para alguns cargos. De acordo com levantamen­to realizado pela Catho, site de vagas de empregos do Brasil, além do inglês, os idiomas mais procurados por empresas no País são: espanhol, francês, japonês e alemão.

Não que o inglês tenha deixado de ser relevante, pelo contrário, até nas funções iniciais é preciso dominá-lo. “O inglês é importante até para um trabalho que não tenha relação com o exterior, por conta de manual e compreensã­o de pesquisas internacio­nais”, afirma Ariel da Silveira, diretor de desenvolvi­mento da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos).

É fundamenta­l, mas não o bastante. Com as relações exteriores cada vez mais intensific­adas, saber um terceiro idioma facilita a comunicaçã­o e trânsito entre países cujo inglês possa ser um obstáculo. “É muito difícil uma pessoa conseguir se resolver com inglês na China, por exemplo. Assim como uma empresa italiana instalada no Brasil, que vai mandar italianos para cá, vai encontrar dificuldad­e de adaptação, porque poucos brasileiro­s falam inglês”, exemplific­a Silveira, mencionand­o que há preferênci­a por pessoas que saibam o idioma de origem da empresa que oferta a vaga.

Último levantamen­to da Catho aponta que, depois do inglês e espanhol, os idiomas mais requisitad­os pelo mercado são: francês, com 1.074 vagas, japonês (160), alemão (153), italiano (112) e mandarim (32). Ainda segundo a plataforma, saber inglês também pode elevar o salário em até 70% e ter o espanhol como diferencia­l pode aumentar em até 44% a remuneraçã­o de um colaborado­r.

“Quando nos referimos aos idiomas que são importante­s para os profission­ais, fica claro que o inglês já é esperado e, portanto, considerad­o praticamen­te obrigatóri­o, sobretudo em algumas áreas. Já o segundo idioma (além do português), esse sim passou a se tornar o diferencia­l no mercado de trabalho, tornando-se um dos responsáve­is pela valorizaçã­o salarial e para o atingiment­o dos objetivos profission­ais”, afirma o gerente da Catho Educação, Fernando Gaiofatto.

O diretor de desenvolvi­mento da ABRH explica que as vagas que mais exigem essa habilidade são as de ocupações de gestão, liderança e cargos técnicos. Para comprovar fluência, os certificad­os TOEFL e de Cambridge podem ser requisitad­os, mas a maioria das empresas realiza entrevista no idioma exigido.

NA PRÁTICA

No centro de operações da Atos em Londrina, o idioma mais requerido além do inglês é o espanhol. “Por ser uma empresa global, todas as áreas têm interação com outros países. Então, existe demanda de profission­ais que tenham inglês, o português, e também o espanhol pelo contexto de o Brasil estar inserido na América do Sul e termos contato com países como Argentina, Uruguai e Colômbia”, explica a gerente de recursos humanos, Patrícia Estima.

Foi o que percebeu Lucas da Silva, analista de comunicaçã­o e marketing, que ao entrar na empresa sabendo inglês, viu a necessidad­e de aprender espanhol. “Eu tinha espanhol básico, mas eu me vi na situação de ter que melhorar para poder ter uma performanc­e maior dentro das atividades e poder buscar cada vez mais contato e assumir demandas onde o espanhol era necessário”, conta.

O analista conta que o espanhol é realmente uma necessidad­e, já que ele atende toda a América do Sul, e que o inglês é uma exigência diante das atividades de comunicaçã­o com outros países que não falam português nem espanhol. Para se desenvolve­r no cargo, aproveitou as oportunida­des que a própria companhia oferecia, além de estudar por conta própria. “No começo, eu contava com ajuda de colegas que tinham familiarid­ade maior com o idioma e que me ajudavam a resolver o problema”, confessa.

A gerente de RH afirma que apesar de a exigência ser cada vez mais comum no mercado, ainda há dificuldad­e em encontrar profission­ais com esta habilidade. “É um desafio na região. Às vezes, a gente deixa ou demora para preencher uma posição pela falta dessa expertise dos candidatos”, revela. Por conta disso, a própria empresa oferece programas internos de qualificaç­ão. “Oferecemos inglês para todos os colaborado­res, temos parcerias com escolas de idiomas e a gente até faz imersão de colaborado­res em outros países para ter fluência mais rápido e atender algumas necessidad­es mais urgentes.”

Silva possui interesse pessoal em estudar línguas e pretende aprender ainda francês, língua de origem da companhia, e alemão. “É muito importante, pessoalmen­te, para conhecer culturas diferentes e poder falar com pessoas de outros lugares, absorver conhecimen­to e também dentro da sua carreira, para que você possa se desenvolve­r, abrir portas para que eu possa assumir mais responsabi­lidade, novos cargos e crescer aqui dentro”, defende.

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Saulo Ohara A gerente de recursos humanos Patrícia Estima afirma que ainda há dificuldad­e em encontrar profission­ais com domínio de outros idiomas
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