Folha de Londrina

A estreia de Ricardo Goulart e cartolas que deveriam se calar

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Aos dez minutos do segundo tempo, em Araraquara, Felipão não tinha ainda admitido que a alteração do intervalo era seis por meia dúzia. Saiu Carlos Eduardo, nulo, entrou Felipe Pires. Saía a correria, entrava a velocidade. Só que o Palmeiras precisava de alguém capaz de pensar o jogo. Felipe Pires, então, sofreu falta violenta, como já havia acontecido na segunda-feira (11) com Scarpa. O Palmeiras reclama da violência com razão.

A lesão antecipou a estreia de Ricardo Goulart. Também mostrou o que Felipão pensa dele taticament­e. Na entrada, Goulart foi escalado como meia, atrás de Borja. Dudu estava na esquerda e foi para a direta, Lucas Lima virou meia aberto pela esquerda. Sua primeira grande jogada foi toque de primeira. Deixou Borja frente a frente com o goleiro Tadeu. O Palmeiras não jogou bem no empate por 0 a 0 e seu desempenho neste ano ainda não é bom.

QUEM QUER FALAR DE FUTEBOL?

Era para ser notícia o que aconteceu aos dois minutos do primeiro tempo, no Maracanã. Porque, diferente do que foi contra o Flamengo, quinta (14), o Fluminense tentou sair jogando contra o Vasco e foi pressionad­o na saída de bola. A equipe de Fernando Diniz trocou passes e ultrapasso­u a primeira linha de marcação do Vasco, enquanto o narrador chamava a atenção para o que havia do lado de fora, conflito entre a torcida que tentava entrar no estádio e a polícia, que cumpria a ordem judicial de fechar os portões.

Dois minutos depois, o Fluminense subiu o time inteiro para tentar desarmar os zagueiros do Fluminense. Os vascaínos, dirigidos por Alberto Valentim, jogavam com suas duas linhas de meiocampo divididas por 12 metros, no máximo. Como na Copa do Mundo, embora sem jogadores da mesma qualidade.

Tinha tudo para falar sobre variações táticas, sobre a qualidade. Aos 30, as câmeras do Maracanã se voltaram para os primeiros torcedores do Vasco entrando na arquibanca­da.

Do ponto de vista tático, Vasco e Fluminense seria o jogo mais diferente do Brasil no domingo (17). Ninguém falou sobre isso. Não tinha como.

Na madrugada, a juíza Luíza Helena do Passo assinou liminar proibindo a entrada de torcida no Maracanã por um motivo estúpido. O Fluminense entende que seu contrato com o estádio dá direito à sua torcida ficar no setor à direita das tribunas, setor historicam­ente do Vasco desde 1950. Os nove clássicos após a reinaugura­ção do Maracanã, em 2013, foram com os tricolores no setor sul. O Maracanã sempre respeitou o contrato. A nova gestão do estádio julga a redação do acordo ambígua. A juíza também entendeu a ambiguidad­e.

Mas que importânci­a tem isso numa partida em que a renda é dividida por 50%? Num estádio em que a parte central é dividida com as duas torcidas lado a lado... Quando o Brasil falar sobre futebol, em vez de picuinhas, a qualidade vai melhorar.

Em campo, o Vasco prezou a defesa compacta. O Fluminense, a movimentaç­ão e a troca de passes. Teve 71% de posse, finalizou só duas vezes e perdeu numa cobrança de falta. Não foi um grande jogo, mas teve conceitos modernos aplicados. Diferente dos técnicos inquietos, os dirigentes deveriam ficar quietos.

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