Banco de Leite Humano carece de mais doadoras
OBanco de Leite Humano do HU de Londrina voltou a ser notícia na FOLHA. Desta vez, visando mobilizar a comunidade para a necessidade de mais doadoras, pois o estoque de leite materno disponível está em nível crítico. Conforme a reportagem publicada na edição de terça-feira (19), a média de leite recolhido de mães com produção excedente, que é de 300 litros mensalmente, fechou o mês de janeiro com 140 litros do que é recolhido pelo HU e mais 50 litros vindos de postos de coleta instalados em outros locais. Outro agravante é o aumento no número de crianças internadas que precisam desse leite, que hoje é de 36 bebês quando a média é de 20 prematuros.
Segundo a coordenação do banco, essa situação crítica não era registrada há ao menos três anos, apesar de ser comum a redução no estoque em final e início de ano, em virtude do período de festas e férias. Porém, este ano, o índice de queda foi muito acima do esperado. O número de mães cadastradas em janeiro ficou em 206, mas para atender a demanda seria necessário atingir 300 doadoras.
O menor volume de leite materno está refletindo agora em fevereiro, pois do primeiro atendimento à mãe doadora até a chegada do leite para os bebês internados nos hospitais são aproximadamente 15 dias. O leite que chega ao banco passa por um processo de pasteurização para garantir que não tenha nenhum micro-organismo, além de preservar ao máximo os nutrientes.
Todo o serviço de coleta é organizado de forma a garantir comodidade à mulher doadora. Basta apenas que entre em contato com o banco de leite. Pessoas do setor vão até ela, levam os frascos, ensinam os procedimentos e voltam depois para recolher.
A importância do leite materno para o bebê é apontada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo Ministério da Saúde, por conter todos os nutrientes que precisa nos primeiros meses de vida, até mesmo água. Pode ainda reduzir em 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos. Porém, nem todas as mães conseguem produzir ou podem amamentar seus bebês e uma parcela deles necessita dessa doação na intensa luta que travam pela vida internados em hospitais e UTIs neonatais.
A experiência do Banco de Leite Materno do HU ultrapassa três décadas - comemorada em novembro de 2018 -, tornando-se referência não só para a região, como também reconhecida internacionalmente.
Amamentar é um ato de amor, de saúde, e que pode ser estendido a outras crianças. Estudos apontam que cerca de 25% das mulheres que amamentam têm uma produção acima do que o bebê precisa. Quem conta com essa dádiva tem a oportunidade de atender a esse clamor.