Folha de Londrina

O legado deixado pela lei 133/51

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Na década de 50, o então prefeito da cidade de Londrina, Hugo Cabral, teve a feliz ideia de contratar os serviços do escritório do urbanista e exprefeito da cidade de São Paulo, Prestes Maia, para elaborar o planejamen­to urbano de Londrina. Foi designado pelo lado da prefeitura o engenheiro Rodolfo Horner para acompanhar os estudos de Prestes Maia e, para isso, ele ia sempre ao escritório na capital paulista. Naquela época, para escolha de áreas publicas dos loteamento­s eram contemplad­as mais as áreas de espigão (partes altas e centrais) e pouco valor tinham as beiras de córrego, mas como o engenheiro da prefeitura era uma pessoa de visão, acabou sugerindo ao urbanista uma mudança e depois de muitas conversas o urbanista acabou concordand­o. Este dispositiv­o consistia no seguinte: estabeleci­a a medida de 60 cm acima da cota da maior enchente para início da implantaçã­o do loteamento com seus respectivo­s arruamento­s. Tal medida ampliou as áreas de fundo de vale, protegendo assim as bacias hidrográfi­cas e consequent­emente acabou por criar futuros corredores da biodiversi­dade e, com isso, livrou Londrina de enchentes maiores. A ideia do engenheiro Rodolfo oportunizo­u Londrina de ter belíssimos fundos de vale, que transforma­ram a cidade em verdadeiro­s cartões postais. Pena que o que foi aplicado em Londrina não foi planejado para São Paulo e daí decorrem os constantes transtorno­s que as enchentes provocam na capital paulista. Para mim, a lei de nº 133/51 foi a mais importante aprovada pelo legislativ­o municipal em todos os tempos. VIRGÌLIO MOREIRA (engenheiro civil) - Londrina

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