Adesão a consórcio de imóveis cresce 11% no PR
Cotas compradas pelos paranaenses representam 12% do total nacional
Ovolume de negócios da modalidade consórcio atingiu R$ 106,08 bilhões em 2018 em todo o País, acréscimo de 4,6% em relação ao ano anterior. O segmento de imóveis apresentou alta de 6,4% no total de consorciados ativos. O tíquete médio anual manteve-se estável - o de dezembro avançou 1,2% sobre o mesmo período de 2017. O Paraná teve incremento de 11% em clientes ativos e negócios fechados no segmento imóveis. A representatividade do Estado é de 12% do total de cotas.
O consórcio é uma modalidade que tem chamado a atenção por ser uma boa opção de investimento para aquisição de bens. “O segmento imobiliário no Sul do País vem crescendo e se tem um apreço muito bom pelo consorciado. O mercado enxerga como uma compra programada e segura. No Paraná o incremento foi superior a dois dígitos e as perspectivas são positivas”, comentou Rafael Boldo, gerente comercial do Porto Seguro Consórcio.
Na avaliação de Boldo, o grande interesse do paranaense pela modalidade tem dois motivos: a questão cul- tural e o fato de as administradoras terem surgido no Sul do País.
De acordo com o gerente regional do Consórcio União, o sistema está em ascensão desde 2017, mas ganhou força após as eleições de outubro do ano passado. Em Londrina, a empresa registrou incremento de 18% na venda de consórcios de imóveis.”Esses números são um termômetro de esperança para a economia brasileira nos últimos anos. A população está optando por mais segurança e estabilidade financeira, como é o caso dos consórcios”, avaliou Carraro.
Segundo ele, a flexibilidade e a possibilidade de crédito sem a cobrança dos juros praticados pelo financiamento tradicional têm atraído cada vez mais o consumidor. Além disso, no consórcio de imóveis, o consorciado tem a possibilidade de usar o saldo do FGTS para dar lance ou aumentar o valor do crédito. A projeção para 2019 é positiva. Em janeiro, as vendas ficaram 12% acima das do mesmo período de 2018 e, para fevereiro, a expectativa é de aumento de 20%.
O Sicred União Paraná/São Paulo também registrou desempenho positivo no ano passado, com alta de 8% no geral e de 3% no segmento de imóveis. “O resultado foi acima do esperado. A cooperativa esperava manter o volume de 2017”, afirmou Tatiane Silva, assessora de Consórcio.
Em 2017, o total de contemplações do Sicred foi de R$ 19 milhões em crédito e saltou para R$ 26 milhões, no ano passado. “As vendas foram significativas, mas as contemplações, por meio de lances, também chamaram a atenção”, comentou a assessora. Silva afirmou que a expectativa para este ano são boas. Em janeiro, a cooperativa já registrou incremento de 28,5% na venda de novas cotas.
O perfil do consorciado de imóveis mudou no ano passado. “Em 2017 era muito para aquisição do primeiro imóvel. Agora, é mais para investimento, uma forma de programar o aumento de patrimônio”, disse.
Para Carraro, consórcio funciona como um agente educador em comportamento financeiro. “O brasileiro, de forma geral, aprendeu a sobreviver nas crises e encontrou no sistema uma ferramenta para construir seu patrimônio de forma mais segura e promissora”, afirmou o gerente regional.
Segundo Boldo, 20% dos clientes adquirem as cotas como lastro financeiro. “É para uma renda extra, uma poupança programada, uma previdência imobiliária a longo prazo”, comentou.
NACIONAL
Segundo dados da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), a entrada de novos consorciados somou 2,596 milhões em 2018, 9,1% maior que os 2,379 milhões anotados em 2017. A somatória das vendas de novas cotas foi recorde desde 2014.
A média diária de adesões atingiu 10,36 mil, 8,8% mais que as 9,52 mil anteriores. Só nos 20 dias de dezembro, quando foram comercializadas 11,8 mil cotas/dia, houve aumento de 21% em relação aos mesmos dias do ano anterior.
“O crescimento das adesões em cinco dos seis setores na qual a modalidade está presente, aliado a tíquetes médios de maior valor, confirmou o comportamento mais focado dos interessados no planejamento e no gerenciamento das finanças, de acordo com os conceitos básicos da educação financeira”, afirmou Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac.
Há perspectiva de crescimento do mercado em 2019. “Com a evolução da economia, a perspectiva é ainda mais positiva”, declarou Boldo. Ele cita também o deficit habitacional, a melhora da confiança do consumidor, e a relação ainda pequena do crédito disponível versus o PIB(Produto Interno Bruto) como fatores que devem favorecer o desempenho do setor este ano.