Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

PF cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de ex-ministro de FHC e Temer

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E Marcelo Álvaro Antônio, fica ou cai? Porque afinal também sustentava um laranjal mineiro

Opresident­e da Investe SP, Aloysio Nunes, pediu demissão do cargo nessa terça-feira (19) após reunião com o governador João Doria (PSDB). A decisão foi tomada depois de Aloysio ter sido alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal, na 60ª fase da Operação Lava Jato.

A Polícia Federal deflagrou a Operação Ad Infinitum, fase 60 da Lava Jato, e cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Aloysio, entre eles o apartament­o onde mora o ex-chanceler do governo Michel Temer (MDB) e ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em Higienópol­is.

Segundo investigaç­ão da força-tarefa da Lava, Aloysio teria recebido um cartão de crédito em dezembro de 2007 vinculado a uma das contas da off shore Groupe Nantes, controlada pelo ex-diretor da Dersa e suposto operador do PSDB, Paulo Vieira de Souza.

À época, Aloysio era secretário da Casa Civil do governo de José Serra (PSDB) em São Paulo e teria indicado Vieira de Souza para ocupar o cargo de diretor de engenharia da Dersa, estatal paulista responsáve­l por obras viárias, como o Rodoanel.

Documentos fornecidos pelo Ministério Público da Suíça mostram que o cartão foi enviado para Aloysio no Hotel Majestic, em Barcelona, na Espanha, onde ele ficaria hospedado entre os dias 24 e 29 de dezembro de 2007.

Mais cedo, Aloysio havia dito que ainda “não teve acesso às informaçõe­s” da Operação Ad Infinitum. Segundo ele, o delegado da Polícia Federal que conduziu as buscas em sua residência nessa terça, 19, “foi muito cortês”, mas não revelou a ele os motivos da diligência. “O inquérito está em segredo, eu estou buscando saber o que há.”

Aloysio negou ter recebido cartão de crédito da conta do operador do PSDB Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, preso na Ad Infinitum.

Aloysio é o segundo nome do primeiro escalão do governo Doria a se afastar após ser alvo de operação da Lava Jato. Em dezembro, o ex-ministro Gilberto Kassab sofreu buscas e apreensão da Polícia Federal em sua residência no inquérito que investiga o suposto recebiment­o de R$ 23 milhões de propina da JBS.

PAULO PRETO

A juíza federal Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Federal em São Paulo, determinou que o operador do PSDB Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, permaneça na sede da Polícia Federal, na capital paulista, até o dia 27 de fevereiro. O ex-diretor da Dersa foi preso nessa terça-feira, alvo da fase 60 da Operação Lava Jato - Ad Infinitum - suspeito de movimentar R$ 100 milhões de propinas em contas na Suíça.

“Permaneça à disposição da 5ª Vara Federal Criminal para realização de audiências designadas até 27 de fevereiro de 2019, recolhido no setor de custódia da Polícia Federal de São Paulo”, informa documento anexado ao processo da Lava Jato.

Vieira de Souza, conhecido como homem da mala do PSDB paulista, foi preso preventiva­mente suspeito de receber R$ 100 milhões de propinas entre 2007 e 2017 em contas na Suíça.

A juíza federal Gabriela Hardt, substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, decretou prisão preventiva de Paulo Preto, como é conhecido o ex-diretor da Dersa. Ele deveria ser transferid­o para a capital paranaense no final da tarde.

O esquema envolveria doleiros e operadores financeiro­s usados pelo Setor de Operações Estruturad­as da Odebrecht. Entre eles, Rodrigo Tacla Duran, Adir Assad e Álvaro José Novis - os dois últimos, delatores da Lava Jato. A AD Infinitum tem como ponto de partida os valores supostamen­te repassados ao ex-ministro e ex-senador Aloysio Nunes Ferreira - presidente da Investe SP, empresa do governo João Dória (PSDB), em São Paulo.

Em entrevista ao repórter Fábio Leite, do jornal O Estado de S. Paulo, em 2018, Vieira de Souza negou todas as acusações e disse que não tinha o que delatar.

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Pedro França/Agência Senado Nunes é investigad­o por suposta participaç­ão em esquema que resultou na prisão de Paulo Preto, operador do PSDB
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