AVENIDA PARANÁ
Fico imaginando o que aconteceria se um tipo como Marighella viesse a conquistar o poder no País
Uma das noites mais sombrias da minha vida foi aquela em que me dediquei à leitura completa do “Minimanual do Guerrilheiro Urbano”, publicado pelo terrorista Carlos Marighella em 1969. Ler o livrinho de Marighella é descer aos abismos da alma humana corrompida pela maldade e mergulhada na mentira.
Cego por ideologia, um dia eu também considerei Marighella um herói. Mas ninguém precisa passar por isso. Basta ler algumas páginas do “Minimanual” para entender que o líder comunista nada mais era do que um psicopata, nos termos definidos pelo psiquiatra Andrew Lobaczewski: um homem desprovido de qualquer compaixão, disposto a destruir tudo e todos que se colocarem no seu caminho para o poder absoluto.
O “Minimanual” de Marighella pode ser comparado a três outras obras perniciosas, cuja leitura também me causou assombro e revolta: “Manifesto Comunista”, de Marx e Engels, e “Catecismo Revolucionário”, de Bakunin e Netchaiev, e “A Moral Deles e a Nossa”, de Trotsky. Em todas essas obras, a vida humana é considerada um mero instrumento para a tomada do poder.
Fico imaginando o que aconteceria se, por uma desgraça, um tipo como Marighella viesse a conquistar o poder máximo no Brasil. Teríamos, na mais branda das hipóteses, pelo menos 10 de milhões de mortos inocentes. Digo isso com base no que fizeram revolucionários como Mao Tsé-Tung na China (70 milhões de mortos entre 1949-76), Josef Stálin na União Soviética (20 milhões de mortos entre 1924-1953) e Pol Pot no Cambodja (1975). Vale lembrar que Stálin, antes de chegar ao poder, tinha a mesma “profissão” de Marighella: assaltante de bancos.
Por falar em Stálin, vale relembrar as diferentes reações suscitadas pela divulgação do Relatório Kruschev, em 1956, em três dirigentes do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Diante da revelação dos crimes de Stálin, Paulo Mercadante e Antonio Paim abandonaram o partido e tornaram-se grandes nomes do pensamento liberalconservador no Brasil. Marighella, também da cúpula do PCB, teve uma crise nervosa, internou-se numa casa de repouso e saiu de lá ainda mais radical. Tornou-se um pequeno Stálin.
Marighella foi morto numa emboscada da polícia em São Paulo, em novembro de 1969. Poucos se lembram que na mesma operação, no tiroteio com os terroristas, morreu também a policial civil Estela Borges Morato, de 22 anos. Dois meses antes, ao entrar para a Polícia Civil, publicou uma crônica em que dizia:
“Quero este mundo assim como ele é, com sonhos para sonhar, problemas para resolver e lutas para lutar. Vivamos intensamente a vida que Deus nos deu. Este mundo merece voto de confiança, porque ele é bom, só é mau para gente dura e de cabeça mole. O homem, enfrentando suas dificuldades, pode mostrar que é homem, aceitando o desafio. As dificuldades serão superadas e a vida valerá a pena ser vivida. Afinal já conquistamos a Lua.”
Na Alameda Casa Branca, existe hoje um monumento dedicado a Carlos Marighella. Proponho que ele seja posto abaixo e substituído por uma estátua de Estela.
O Brasil precisa conhecer a verdadeira face do terrorista Carlos Marighella