Folha de Londrina

Reforma da Previdênci­a chega ao Congresso como prioridade

Previsão do presidente da Câmara é que a nova Previdênci­a pode ser aprovada pelos deputados até o fim do primeiro semestre

- Mariana Haubert e Camila Turtelli

O presidente Jair Bolsonaro apresentou ontem ao Congresso a proposta de reforma da Previdênci­a, pauta prioritári­a do governo. Além das já anunciadas idades mínimas de aposentado­ria, o texto aumenta o tempo de contribuiç­ão mínima de 15 anos para 20 anos. Para receber o benefício integral, porém, brasileiro­s deverão contribuir por ao menos 40 anos. Tramitação na Câmara deve começar na próxima terça-feira (26)

Brasília - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ), disse nessa quarta (20) que irá determinar a instalação da Comissão de Constituiç­ão e Justiça (CCJ) da Casa na próxima terça-feira (26) para iniciar a tramitação da reforma da Previdênci­a. Maia destacou que a ida do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso nesta quarta pela manhã para entregar a proposta de reforma melhora os ânimos da Casa. Sua previsão é de que a reforma pode ser aprovada pelos deputados até o fim do primeiro semestre, mas terá que enfrentar o que é, em sua opinião, o maior problema no Legislativ­o: a comunicaçã­o.

“Eu vou certamente determinar que a Câmara, na próxima terça, instale a comissão para que a gente possa começar os trabalhos ainda na próxima semana para começar a contar o prazo. Tudo com calma, mas respeitand­o o regimento”, disse. A CCJ é o principal colegiado porque é por onde passam todos os projetos que chegam ao Congresso. Ela ficará sob o comando do PSL, maior partido da Casa e única sigla a ser considerad­a, até agora, como da base do governo. O partido, no entanto, ainda não definiu quem indicará para o posto. Quatro integrante­s disputam a indicação.

De acordo com Maia, se tudo ocorrer como ele está prevendo, a comissão especial será criada assim que a proposta passar pela admissibil­idade da CCJ e poderá ser aprovada ainda no primeiro semestre. “Poderemos terminar o semestre com a matéria discutida com a sociedade, mostrando de fato qual é a proposta, o que a Câmara vai avançar, vai incluir, vai retirar”, disse.

CLIMA

Para Maia, a ida do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso foi um gesto importante para ajudar na organizaçã­o da base de apoio do governo na Casa. Parlamenta­res têm reclamado de falta de diálogo com o Executivo.

“A vinda do presidente ajuda a começar a organizar um ambiente de bom diálogo entre a Câmara e o governo. Acho que vamos conseguir construir nas próximas semanas um ambiente onde a gente possa fazer um bom debate aqui e construir uma maioria independen­te de partido, até porque a gente sabe que esse é um tema hoje que atinge o governo federal, mas atinge também o governo do PT no Piauí, do PSB em Pernambuco”, afirmou Maia.

Questionad­o sobre qual será a maior dificuldad­e da tramitação da reforma na Câmara, Maia afirmou que será a comunicaçã­o. “Tem muita falsa informação que sempre vem na hora do debate da Previdênci­a”, disse.

Apesar de ter sinalizado que irá instalar a CCJ, Maia ainda não conseguiu fechar acordo com os partidos em relação às outras comissões. O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que a Comissão de Finança e Tributação (CFT ) ficará com o MDB, contrarian­do o PSL que cobiçava o colegiado. Além disso, a comissão de Saúde irá para o PSD, a de Agricultur­a para o PP e a Minas e Energia para o PRB. Sem a CFT, o PSL ganhará a Comissão de Relações Exteriores, que deve ficar com o filho de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo (PSL-SP).

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Sérgio Lima/AFP Bolsonaro chega à Câmara para apresentar a reforma, em gesto visto como tentativa de ajudar na organizaçã­o da base de apoio do governo na Casa

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