Gaeco denuncia diretor de clínicas
Investigação apura problemas no tratamento oferecido aos pacientes e nas condições das instituições
OGaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) ofereceu denúncia à Justiça contra o proprietário da Clínica Psiquiátrica de Londrina e da Villa Normanda Clínica Psiquiátrica, Paulo Fernando Nicolau, por posse irregular de arma de fogo de uso permitido e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Mais de 20 armas (entre revólveres, pistolas, espingardas, um rifle, uma carabina e uma metralhadora), 2.000 munições, carregadores, mira laser e outros itens foram encontrados no último dia 12 no escritório de Nicolau, dentro das dependências das clínicas, na zona oeste.
Na ocasião, a promotoria de Defesa da Saúde Pública e policiais do Gaeco cumpriram mandados de busca e apreensão em uma investigação que apura supostas irregularidades no tratamento oferecido aos pacientes, no registro dos prontuários, nas condições das clínicas e também desvio de verbas do SUS.
Entre as armas de uso restrito estavam pistolas 9 mm, três armas de fogo em formato de caneta calibre .22 e uma metralhadora 9 mm. Conforme a denúncia, a maioria dos equipamentos foi encontrada em gavetas, armários, balcões e caixas do escritório, em uma sala anexa ao escritório e ainda embaixo de uma escada. Grande parte das armas estava municiada.
“O que surpreendeu foi a quantidade de armas e de munições e o local em que elas foram encontradas. O estabelecimento é destinado ao tratamento de pacientes com problemas de natureza psicológica e psiquiátrica. Mesmo estando em local separado dos leitos, ainda era próximo e de fácil acesso aos pacientes”, ressaltou o promotor do Gaeco, Jorge Barreto.
No inquérito policial, o proprietário das clínicas justificou que teria adquirido o armamento com a intenção de se tornar colecionador. “Segundo ele, a lei teria sido alterada e aí ele não teria conseguido autorização, mas continuou com as armas”, completou Barreto.
Os equipamentos foram encaminhados para o Instituto de Criminalística e devem passar por perícia. A denúncia foi apresentada à 5ª Vara Criminal de Londrina. O advogado de Paulo Fernando Nicolau, Marcos Dauber, informou que não teve acesso aos autos e só deve se posicionar após tomar ciência do teor da denúncia.