Em Londrina, Ratinho Jr. diz que não governa sob ‘fatos subjetivos’
Com chefe da Casa Civil citado em delação e presidente da Fundepar condenado por improbidade, governador diz que só afastará quem tiver culpa confirmada
Em sua primeira vinda a Londrina desde que assumiu o governo do Estado, nessa sexta-feira (22), Ratinho Junior (PSD) manteve a promessa de exonerar qualquer integrante da equipe que esteja com problemas na Justiça, porém sem considerar “fatos subjetivos”. A “subjetividade” a qual Junior se referiu é a citação do atual chefe de gabinete, Guto Silva (PSD), em delações premiadas feitas por Hélio Ogama, ex-diretor da Econorte, e Nelson Leal Júnior, ex-diretor do DER (Departamento de Estradas de Rodagens), que sugeriram ao Ministério Público Federal que a campanha de Silva, eleito deputado estadual, teria sido “abastecida” com R$ 100 mil desviados de propina nos suspostos esquemas desvendados na Operação Integração.
Ogama e Leal são réus na Integração, uma fase da Lava Jato que investiga supostos pagamentos de propina em um contratos do governo Beto Richa (PSDB) e concessionárias de pedágios do chamado Anel de Integração. Na ocasião, Guto Silva se defendeu dizendo se tratar de “uma ilação sem qualquer sustentação na realidade”.
“Veja, nós não podemos governar em cima de fatos subjetivos, claro que respeitamos as questões das investigações, e aquilo que for comprovado a nossa decisão será de, obviamente, afastar não só esse ou aquele mas todos que tiverem problemas com a Justiça”, afirmou o governador, durante solenidade de lançamento do aplicativo de segurança da Po- lícia Militar (leia mais na página 8). À noite, ele participaria do lançamento oficial da ExpoLondrina 2019.
Em seguida, Ratinho Jr. defendeu o atual presidente da Fundepar (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional), José Maria Ferreira (PSD), condenado em primeira instância nesta semana por improbidade administrativa enquanto prefeito de Ibiporã por conta de uma licitação vencida por empresa de contabilidade cujo então secretário de finanças do município pertencia ao quadro societário.
“Pelo histórico de conhecimento e amizade, o Zé Maria é um grande gestor, uma pessoa que tem uma imagem muito boa perante a população e, claro, quem está na vida pública está sujeito a sofrer acusações, processos, é natural isso porque qualquer pessoa anônima pode fazer qualquer denúncia inclusive, contra mim”, justificou.
IAPAR
Ele não quis dar detalhes quando questionado sobre novidades de um tema de interesse do setor agrícola, a já anunciada fusão do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) com outras autarquias da agricultura. “Estamos fazendo os estudos, a ideia é poder fortalecer ainda mais (o Iapar) com outros institutos”, disse.
O governador também foi indagado sobre quando deve nomear servidores aprovados em concursos para a Universidade Estadual de Londrina e, especialmente, o Hospital Universitário. Ratinho Junior disse que termina agora em fevereiro o prazo dado aos secretários estaduais para que avaliem esta demanda.
“Vamos liberar, claro que temos um cronograma porque estamos fazendo a avaliação de diversos nomes, mas este mês de fevereiro é o prazo que nós demos para os secretários de cada área poder fazer a nomeação das diretorias, os núcleos e departamentos”, garantiu. De acordo com a superintendente do HU, Vivia Biazon, faltam, atualmente, 484 servidores.
TRIBUNAL DE CONTAS
Também na tarde dessa sexta-feira o governador classificou como positiva a promessa do presidente do Tribunal de Contas do Estado, o conselheiro Nestor Baptista, de “endurecer” a fiscalização de Parcerias Público Privadas. “Agora o governo federal está muito adiantado nas concessões, então muitas que nós íamos fazer como Estado, o governo federal vai fazer e nós estamos montando um núcleo de trabalho em conjunto, mas a fiscalização sempre é importante”, avaliou (leia mais abaixo sobre o projeto do TCE).