Folha de Londrina

TC promete rigor no controle das PPPs firmadas pelo governo estadual

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Empossado há um mês como presidente do TC (Tribunal de Contas) do Paraná, o conselheir­o Nestor Baptista esteve em Londrina nessa sexta-feira (22) em encontro com prefeitos da região, onde lançou o Profic (Programa de Fiscalizaç­ão de Contratos de Parceria e de Gestão). A ferramenta foi implantada para intensific­ar a fiscalizaç­ão dos contratos de concessão, em especial as PPPs (parcerias público-privadas), além de contratos e convênios firmados com organizaçõ­es sociais, serviços sociais autônomos e fundações estatais.

Ao lado da reforma administra­tiva, o projeto que regulament­a o novo modelo das PPPs está entre as pautas prioritári­as da gestão Ratinho Junior (PSD). A matéria foi aprovada pela AL (Assembleia Legislativ­a), mas a lei ainda precisa ser regulament­ada por decreto do Executivo.

Segundo Baptista, o TC vê com preocupaçã­o as terceiriza­ções. “É só lembrar que aqui em Londrina, por exemplo, entre 2007 a 2013 tivemos repasses para intitutos sem fins lucrativos. À época, cerca de R$ 365 milhões foram para o ralo”, disse o presidente ao relembrar os contratos firmados pelo município com Oscips (Organizaçõ­es da Sociedade Civil de Interesse Público) que desviaram dinheiro público na área da saúde, como o Galátas, Atlântico e o Ciap (Centro Integrado de Apoio Profission­al) - todos foram investigad­os pelo Ministério Público e os diretores respondem a ações criminais ou já foram condenados pela Justiça. No total, decisões do Tribunal cobram de gestores e Oscips de todo o Paraná a devolução de mais de R$ 196 milhões em 53 processos relativos à tercerizaç­ão dos recursos.

RIGOR

O presidente do TC informou que atualmente o mecanismo de controle é mais rigoroso. “Ainda há muito espaço para discutir esse modelo de PPP’s, mas nunca deixaremos de fiscalizar. Nossa equipe vai estar presente todos os momentos para controle dos recursos do Estado.”

O Profic, que terá duração inicial de 24 meses, será executado por meio de dois projetos específico­s: Aprimorame­nto da Fiscalizaç­ão de Contratos de Gestão e Acom- panhamento e Auditoria de Concessões Públicas e de Desestatiz­ação. “Hoje nossa equipe está atenta a todos passos desses projetos.”

PEDÁGIOS

Questionad­o sobre a fiscalizaç­ão do pedágio, Baptista informou que há uma medida judicial com liminar em Brasília que impediu o TC do Paraná de discutir o equilíbrio dos contratato­s. “O entendimen­to é que a fiscalizaç­ão seria de competênci­a do TCU (Tribunal de Contas da União) por se tratar de rodoviais federais.” No entanto, o conselheir­o afirmou que a expectativ­a é que a medida cautelar seja revista. “Mas nós nunca paramos de fiscalizar, eu mesmo fui relator de vários processos, chegamos ao sobrepreço de 31% em determinad­as praças.”

Baptista informou ainda que o Tribunal sempre apontou algumas das irregulari­dades reveladas pela Operação Integração do MPF (Ministério Público Federal). “Fizemos determinaç­ões, apresentam­os relatórios, apontamos nomes, apontamos superfatur­amento, mas os casos foram ao judiciário e os advogados conseguira­m suspender as ações do tribunal.”

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Saulo Ohara O presidente do TC, Nestor Baptista: “Estaremos presentes em todos os momentos para controle dos recursos do Estado”

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