Desemprego cai no Paraná no último trimestre
A taxa do Paraná foi de 7,8%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
OParaná foi o quinto estado com a menor taxa de desemprego no quarto trimestre do ano passado. A taxa do Paraná foi de 7,8%, segundo dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados nesta sexta-feira (22), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo a pesquisa, a taxa paranaense caiu 0,2 pontos percentuais no ano, fechando com uma taxa de 8,8%. Curitiba está com taxa de desemprego de 9,4% e a RMC (região metropolitana de Curitiba) de 10,8%.
A taxa de desocupação do País foi de 11,6%, ante 11,8% no quarto trimestre de 2017. No trimestre anterior, a taxa de desocupação era de 11,9%. A desocupação média teve recuo em 18 dos 27 estados em 2018, na comparação com a média de 2017.
A pesquisa não trouxe dados locais, mas o economista Marcos Rambalducci, professor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e colunista da FOLHA, avalia que Londrina deve ter uma taxa de desemprego superior aos 9,4%. “Curitiba fechou o ano com saldo positivo de empregos com carteira assinada (13.681 e Londrina (-702) fechou negativo. Então devemos estar um pouco pior”, comentou Rambalducci.
O economista afirmou que a queda do desemprego recai em cima do crescimento do subemprego, da subutilização da mão de obra e dos trabalhadores por conta própria. “Mostra que há uma recuperação das pessoas ocupadas, mas não qualifica essa ocupação. E os empregos com carteira assinada são aqueles que tem potencial de gerar a economia. Mas de qualquer forma é um sinal positivo de que a economia tenta se viabilizar”, disse.
A informalidade cresceu. Em 2017, havia 2.544 milhões de trabalhados com carteira assinada no Paraná. O número caiu para 2.511 milhões no ano passado, mas em quatro anos o Estado perdeu 239 mil postos de trabalhos formais. “Passaram quatro anos e não houve recuperação. Os empregos na iniciativa privada com carteira eram 83,8% da população ocupada em 2017 e caiu para 80,4% ano passado”, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimentos do IBGE.
O empregado sem carteira saltou de 16,2%, em 2014, para 19,5% da população ocupada. “O trabalhador sem carteira é ator da informali- dade”, ressaltou Azeredo. Também aumentou o número de pessoas trabalhando por conta própria. Hoje, são 1,3 milhões, mas há quatro anos eram 1,2 milhões.
Apesar da queda no desemprego no ano passado, Azeredo afirmou que a situação do Paraná não é muito confortável. Quando se compara os dados dos últimos quatro anos, a taxa de desempregou cresceu 120%. “Em 2014, o Paraná disputava com o Rio Grande do Sul o posto de estado da região Sul com menor taxa de desemprego. Girava em 4%. Hoje, se tornou um dos que que tem a maior taxa”, disse o coordenador do IBGE. Só perde em alta para o Rio de Janeiro (138%) e Santa Catarina (121%).
“Por mais que seja um Estado que apresenta números baixos de pessoas desempregadas, sentiu muito a crise, assim como Rio Grande do Sul e Santa Catarina”, afirmou Azeredo. A subutilização total também vem crescendo. Em quatro anos, meio milhão de pessoas passaram a ser subutilizadas no Paraná.