Folha de Londrina

Marcelo Serrado tira a plateia do sério

Conhecido por múltiplos papéis no teatro, cinema e TV, ele apresenta em Londrina o espetáculo ‘O ATORmentad­o’

- Walkiria Vieira Reportagem Local

Aos 52 anos e com mais de 30 anos de carreira, o ator Marcelo Serrado já levou aos palcos e às telas perto de cem personagen­s. Natural do Rio de Janeiro, o ator começou sua carreira em 1986 no teatro com “A Volta do Camaleão Alface”. Na televisão, sua estreia foi em “Corpo Santo”,em 1987, na extinta Manchete. Dois anos depois, em 1989, atuou minissérie “Desejo”, de Glória Perez, na Rede Globo. Em 1991 fez sua primeira novela na Globo, “O Dono do Mundo”, de Gilberto Braga. O ator já viveu muitos personagen­s. Foi Sílvio Azevedo, em “O Mapa da Mina”, Dr. Danilo, em “Quatro por Quatro” e Carlos Eduardo Vidigal, na segunda fase de “Velho Chico”, só para citar alguns. Entre indicações e prêmios, de 1999 a 2016, soma 14 indicações e 11 vitórias, entre elas a de melhor ator em “Noite de São João”, em 2003, no Festival de Gramado. Atualmente, interpreta o machista Nicolau em “O Sétimo Guardião”, verdadeiro oposto de Crodoaldo Valério, o Crô de “Fina Estampa”, figura carismátic­a que sagrou-se na novela e ganhou até as telonas. Em 2013, “Crô, o Filme” e em 2018, “Crô em família.” Crô é, sem dúvida, um dos papéis mais lembrados pelo público na atualidade. Entretanto, a atuação em “Polícia Federal - A Lei é Para Todos”, também marca sua trajetória, ao encarnar o juiz Sergio Moro.

Do drama à comédia com a mesma desenvoltu­ra e sucesso, Serrado concilia a novela, o programa no canal fechado GNT “Espaço para Dois” e viaja por todo o Brasil com o solo “O ATORmen- tado”, desde agosto de 2016. O espetáculo, que será apresentad­o em Londrina neste sábado (23), tem o patrocínio do Grupo Folha. Neste stand up, Serrado mostra que encontra tempo e disposição para o convívio com a família, universo que dá a ele suporte e também inspiração para seu trabalho. Como um observador bem humorado, ele faz das situações turbulenta­s motivo de riso. Fala de maneira crítica e bem humorada sobre o momento atual do Brasil e fatos de seu cotidiano, como a rotina com os gêmeos, hoje com cinco anos, mas que já agitaram as madrugadas dele e da esposa com trocas de faldas e mamadeiras às 4 horas da matina e como foi o desafio de cuidar de dois meninos iguais.

Atualizado e sem tomar partido, Serrado expõe a agitação na política e suas viagens também engrossam o caldo. Do atendiment­o nos aeroportos a serviços de voo, até uma viagem para Nova Iorque que deu errado, tudo é motivo de piada. O vício em WhatsApp e na internet não escapam do olhar crítico.

A montagem tem supervisão do humorista Paulinho Serra e produção de Denise Escudero. Durante a apresentaç­ão, a plateia ganha espaço e, no improviso, vira parte do espetáculo. Engana-se quem pensa que só a turma da frente é chamada para a interação. O ator circula pelo teatro, surpreende e tira todo mundo do sério. A ideia é essa, o espetáculo trata de assuntos universais e permite momentos de graça. Se Nietzsche afirma que a arte existe para que a verdade não nos destrua, um show de humor é uma oportunida­de e tanto.

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