Software controla a produção de tomates da Fazenda Flor de Café identificando a necessidade de nutrientes de cada planta, garantindo mais qualidade ao consumidor
As mudanças no clima estão trazendo consequências ruins em todas as esferas da sociedade. No setor dos alimentos, por exemplo, esse impacto pode ser ainda mais preocupante. Pensando nisso, o Multi Agro desta semana foi conhecer uma estufa tecnológica que vem fazendo a diferença com a produção de tomates na região de Londrina.
O agrônomo Alexandre Turquino apostou em uma startup diferente das convencionais. Sua estufa possui tecnologia de ponta e produz de maneira mais rápida e prática. “A planta cresce somente na água e no adubo. Aqui não utilizamos solo, só substrato”, disse o profissional, que apostou no nicho dos tomates.
“É uma estrutura viva”, comentou Alexandre. A Fazenda Flor de Café, localizada a aproximadamente 10 km do distrito da Warta, produz o chamado “tomate hightech”. Não é à toa, já que toda a produção é controlada por computadores. “Por meio de um programa remoto, consigo ter acesso a todos os dados pelo meu celular de qualquer lugar do mundo. Basta ter acesso à internet”, disse Vanderci Krewer, gerente de produção da startup.
Olhando por fora pode até parecer uma estufa como outra qualquer. Porém, ao entrar nota-se que se trata de um local com alta tecnologia. “Trouxemos essa tecnologia de Israel”, disse Turquino. No local está instalada ainda uma estação meteorológica medindo umidade, quantidade de chuva e velocidade do vento.
Pelo computador um software especial consegue medir a necessidade exata de cada planta e ir liberando adubos e nutrientes. Além disso, janelas abrem e fecham sozinhas, graças aos dados recebidos da estação meteorológica pelo computador. O operador coloca os números que considera ideais e a estufa vai chegar o mais próximo possível. “Ele usa a temperatura e vento de fora para controlar lá dentro”, explicou o agrônomo.
Toda essa tecnologia não traz somente benefícios ao produtor, mas também ao consumidor final, que vê a diferença na qualidade do produto. “Cada plantinha aqui é similar a um atleta de alta performance”, comparou Turquino. O produtor consegue dar a quantidade e qualidade de nutrientes e água que o tometerio precisa ingerir e o resultado é um produto de primeiríssima qualidade. “Você coloca na mesa do consumidor um produto de alto nível, com custo praticamente igual ao outro. Essa é a vantagem.”
De acordo com o agrônomo a diferença de seus produtos comparados aos orgânicos está no fato de na estufa a planta não estar no solo. “Esse tipo de produção que temos aqui foi baseada nos Estados Unidos, onde é considerada orgânica.” Ele busca agora uma parceria com a Universidade Estadual de Londrina para a produção de tomates receba o selo “livre de agrotóxico”.
Outro diferencial da startup é que esse tipo de produção necessita de bem menos funcionários do que a convencional. “Precisaríamos em torno de 30 pessoas em uma estufa convencional. Aqui, produzimos com 15”, explicou. A praticidade deve-se ao fato de eles trabalharem com carrinhos elétricos e das plantas estarem na altura ideal para que os trabalhadores não tenham que agachar.
O Multi Agro vai ao ar neste domingo (24) às 8h na Multi TV (canal 20 e 520 da NET) com reprises diárias.