AVENIDA PARANÁ
Os militantes estão certos: “Marighella vive”.
E onde Marighella vive, morre a verdade
O filme sobre Carlos Marighella, financiado pela Globo (com dinheiro da Lei Rouanet) e que será lançado em um assentamento do MTST, despertou alguma curiosidade em torno desse personagem da nossa história. Estive relendo algumas partes do seu famigerado “Minimanual do Guerrilheiro Urbano” e deparei com uma passagem bastante singular:
“A guerra psicológica é uma técnica agressiva, baseada na utilização direta ou indireta dos meios de comunicação de massa e da notícia de boca em boca, no sentido de desmoralizar o governo. Tem como objetivo desinformar, difundindo inverdades e meias verdades, o que todo mundo pode fazer, criando, assim, um ambiente de nervosismo, descrédito, insegurança, incerteza e intranquilidade para o governo.”
O que se vê aí é a defesa explícita do uso da mentira para consecução de objetos políticos. Marighella segue os preceitos de Bakunin e Netchaiev no “Catecismo Revolucionário”, reelaborados por Trotsky em “A Moral Deles e a Nossa”: tudo aquilo que contribui para o sucesso final da revolução é moralmente válido. E quanto eles dizem tudo, é tudo mesmo: inclusive mentira, traição, roubo, tortura, sequestro e assassinato. Exatamente por esse motivo, os radicais socialistas mentem, roubam, traem e matam.
Desconfio que ao menos essa parte do “Minimanual” não tenha sido escrita por Marighella, mas pelo serviço secreto cubano ou ainda pela KGB soviética, tendo em vista que o seu conceito de comunicação muito se aproxima do termo russo “desinformatszyia” (desinformação). Segundo um ex-comandante da KGB, o coronel Ion Mihai Pacepa, “desinformatszyia” é a técnica para ludibriar a opinião pública através de notícias falsas, disseminadas pelos meios de comunicação. Uma técnica que atualmente se tornou rotineira entre setores da extrema-imprensa no Rio e de São Paulo. Eis o verdadeiro nome das fake news.
Nesse sentido, as pichações dos militantes estão certas: “Marighella vive”. E onde Marighella vive, morre a verdade.
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Esquerdistas adoram desarmamento, não é mesmo? Não sei o que um militante pensaria ao ler as seguintes passagens do “Minimanual”:
“A razão para a existência do guerrilheiro urbano, a condição básica para qual atua e sobrevive, é a de atirar. O guerrilheiro urbano tem que saber disparar bem porque é requerido por este tipo de combate.”
“Para evitar sua própria extinção, o guerrilheiro urbano tem que atirar primeiro e não pode errar em seu disparo.”
“Para aprender a atirar e ter boa pontaria, o guerrilheiro urbano tem que treinar sistematicamente, utilizando todos métodos de aprendizado, atirando em alvos, até em parques de diversão e em casa.”
“Tiro e pontaria são água e ar de um guerrilheiro urbano.”
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Mas, para a esquerda, não há contradição que não se resolva. Alguns companheiros, incomodados com a adoração de Marighella pelas armas de fogo, solucionaram o problema: optaram pelas facas.
Para um revolucionário esquerdista, vale tudo na luta pelo poder: inclusive mentira, roubo, traição e assassinato