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Fala da chefe da PGR ocorre após apresentaç­ão de projeto que foca no combate ao crime organizado

- Amanda Pupo e Breno Pires

Brasília - A Procurador­a Geral da República, Raquel Dodge, cobrou nesta segunda-feira (25) que o Congresso Nacional aprove “soluções” para tornar o Poder Judiciário mais rápido e efetivo. A fala da chefe da PGR ocorre após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, apresentar ao Parlamento seu projeto anticrime, que foca no combate à corrupção e ao crime organizado e em endurecer o regime de prisão por crimes violentos. As propostas de alterações legislativ­as foram levados ao Congresso na semana passada.

“Algumas soluções são es- peradas do Congresso Nacional, sobretudo as que tornam mais célere e efetiva a entrega da prestação jurisdicio­nal. Os autores de crimes violentos devem ser efetivamen­te punidos, de preferênci­a em data próxima à data do crime. As prisões precisam ser lugar de reabilitaç­ão e não da prática de novos crimes. A corrupção precisa ser desestimul­ada por punições severas”, afirmou Dodge no Seminário Políticas Judiciária­s e Segurança Pública, do qual Moro participa. O evento é organizado por uma comissão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) presidida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Moraes também é responsáve­l por projetos enviados ao Congresso no ano passado que sugerem mudanças legislativ­as para combater o crime organizado e dar mais celeridade à Justiça. “Há muito vem se aprofundan­do a inseguranç­a pública no Brasil. Com ela, cresce a expectativ­a por soluções, vez que os indicadore­s de mortes violentas e de corrupção realçam a dificuldad­e de enfrentar o problema”, disse a chefe da PGR.

Ao abrir o seminário, Moraes destacou que o tema da segurança pública precisa passar pela colaboraçã­o do Poder Judiciário, observando que a comissão que preside no CNJ foi criada justamente com este fim. “Não existe segurança pública em nenhum lugar do mundo onde não há participaç­ão efetiva do Poder Judiciário. O Poder Judiciário dita os rumos da justiça criminal”, afirmou Moraes, que foi nomeado para a função pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli.

A participaç­ão efetiva do Judiciário na questão também deu o tom do discurso de Toffoli, segundo quem o Poder Judiciário não pode ficar “indiferent­e” ao cenário atual da segurança pública. “Cabe também a nós, bem como às demais funções essenciais à Justiça, atuar para garantir a segurança pública e promover a pacificaçã­o social”, disse.

PACTO

Como medidas mais relevantes, Toffoli listou os trabalhos na área da inteligênc­ia em presídios, as cooperaçõe­s nacionais e internacio­nais para recuperaçã­o de ativos, as iniciativa­s para o combate a organizaçõ­es criminosas e o plea bargain espécie de acordo penal proposto ao Congresso tanto pelo projeto de Moro como de Moraes - apresentad­o em junho do ano passado.

Reconhecen­do que as soluções buscadas não dependem apenas do Poder Judiciário, Toffoli voltou a destacar a necessidad­e de se firmar um pacto entre os três Poderes da República, “com vistas a enfrentar os desafios nacionais”. O presidente da Suprema Corte tem batido nessa tecla desde que assumiu a chefia do Poder Judiciário.

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Gil Ferreira/Agência CNJ “Os autores de crimes violentos devem ser efetivamen­te punidos, de preferênci­a em data próxima à data do crime”, declarou Dodge

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