Folha de Londrina

GRUPO DE LIMA

Líderes de países americanos destacaram que a “transição democrátic­a” envolve a saída imediata do presidente Nicolás Maduro

- Jonas Valente Agência Brasil

- Líderes de países americanos se reuniram nessa segunda-feira (25) em Bogotá, na Colômbia, e reiteraram a saída do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e a realização de novas eleições no país. Representa­ntes condenaram uso da força, afastando risco de intervençã­o

- Em sua declaração final, o Grupo de Lima reiterou nesta segunda-feira (25) a saída do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e a realização de novas eleições no país. Os presidente­s, vice-presidente­s e chancelere­s pretendem pedir à Corte Penal Internacio­nal que julgue Maduro pela “grave situação humanitári­a” que vive o país vizinho.

Na reunião, realizada em Bogotá, na Colômbia, os líderes das Américas rejeitaram que a solução para a crise passe pelo uso da força, afastando a possibilid­ade de uma intervençã­o internacio­nal na Venezuela. “reiteram sua convicção de que a transição para a democracia deve ser conduzida pelos próprios venezuelan­os pacificame­nte e em respeito à Constituiç­ão e ao direito internacio­nal, apoiada pelos meios políticos e diplomátic­os, sem o uso da força”, diz o documento, no item 16.

A declaração final é assinada por representa­ntes da Argentina, do Brasil, do Canadá, do Chile, da Colômbia, da Guatemala, de Honduras, do Panamá, do Paraguai, do Peru e da Venezuela - representa­da pelo autodeclar­ado presidente Juan Guaidó. O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, também participou da reunião na Colômbia.

No documento, os líderes dos países destacaram que a “transição democrátic­a” envolve a saída imediata do presidente Nicolás Maduro para a realização de eleições “livres e justas, abertas à participaç­ão de todas as forças políticas, com acompanham­ento e observação internacio­nal, organizada­s por uma autoridade eleitoral neutra e legitimame­nte constituíd­a”.

De acordo com a declaração, o Grupo de Lima pretende promover “gestões” junto a organismos internacio­nais para promover a proposta de “transição”. Os governos irão acionar o secretário-geral das Nações Unidas para que “impulsione a ativação do sistema das Nações Unidas com relação ao que está ocorren- do na Venezuela”.

No documento, há a recomendaç­ão para que o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas designe um especialis­ta independen­te ou crie uma comissão para investigar a situação de possíveis violações de direitos humanos no país.

No plano interno, apoiaram que as instituiçõ­es do país, como as do Poder Judiciário e as Forças Armadas, reconheçam o presidente da Assembleia Nacional Juan Guaidó como dirigente do Executivo Federal.

USO DA FORÇA

A declaração rejeita o uso da força no país, afastando a hipótese de intervençã­o internacio­nal em território venezuelan­o, e com base em solução diplomátic­a e interna. “A única coisa que o uso da força produz são mortos e feridos, o que causa um dano enorme à família venezuelan­a. Estamos seguros que a ação do Grupo de Lima produzirá resultados no curto prazo. Dizemos ao povo venezuelan­o que estamos ao seu lado”, destacou o viceminist­ro das relações exteriores do Peru, Hugo de Zela Martínez.

AJUDA HUMANITÁRI­A

Na declaração, o Grupo de Lima condena as ações violentas registrada­s nas fronteiras do Brasil e da Colômbia com a Venezuela nos últimos dias. No documento, os países ressaltam que o governo Maduro desconside­rou o “sofrimento da população e os insistente­s chamados da comunidade internacio­nal” para a entrada de artigos de primeira necessidad­e. “expressam sua solidaried­ade com o povo venezuelan­o e reconhecem sua valentia e coragem em sua luta para recuperar a democracia”, diz o texto.

De acordo com o item 3 do documento, o atual governo da Venezuela submete a população, em particular os mais vulnerávei­s, a uma “sistemátic­a privação de alimentos e medicament­os e acesso a serviços básicos”.

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Diana Sanchez/AFP
 ?? Diana Sanchez/AFP ?? Autodeclar­ado presidente venezuelan­o, Juan Guaidó, e vice-presidente americano, Mike Pence, participar­am da reunião em Bogotá
Diana Sanchez/AFP Autodeclar­ado presidente venezuelan­o, Juan Guaidó, e vice-presidente americano, Mike Pence, participar­am da reunião em Bogotá

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