Folha de Londrina

Atos lembram um mês de tragédia

- Alex Rodrigues Agência Brasil

Atos em diferentes cidades do Brasil lembraram, nesta segunda-feira (25), um mês do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho (MG). O maior deles ocorreu no centro de Brumadinho, na Região Metropolit­ana de Belo Horizonte. Parentes e amigos das vítimas, além de moradores do município, fizeram uma caminhada seguida de uma homenagem às vítimas da tragédia.

Após uma rápida cerimônia em homenagem aos bombeiros, policiais, militares e voluntário­s que participam dos trabalhado­s de busca às vítimas do desastre, centenas de pessoas vestindo roupas brancas e portando balões, faixas e cartazes caminharam até a ponte sobre o rio Paraopeba, atingido por toneladas de resíduos tóxicos de mineração.

Na entrada da ponte destruída, músicos da banda instrument­al de Brumadinho executaram o hino nacional e líderes religiosos oraram em memória das vítimas. Por volta de 12h30, perto do horário em que a barragem da Vale se rompeu no dia 25 de janeiro, um helicópter­o lançou pétalas de rosas sobre o rio Paraopeba.

Segundo o balanço que a Defesa Civil de Minas Gerais divulgou na noite de domingo (24), o número de mortos na tragédia já chega a 176. E 134 pessoas continuam desapareci­das. Além disso, as águas do Paraopeba continuam turvas em razão da contaminaç­ão pelos rejeitos da mineradora, que tenta conter o avanço da poluição.

Protestos contra a Vale e homenagens às vítimas também foram organizada­s em outras cidades. Em São Paulo, movimentos sociais como o MTST (Movimento dos Trabalhado­res Sem-Teto) realizaram um ato diante da sede do Bradesco, na avenida Paulista. Afirmando “se somar à luta das vítimas da tragédia de Brumadinho”, os participan­tes do ato empunhavam cruzes de madeira representa­ndo as vítimas fatais e uma faixa onde se lia que “o lucro não vale a vida. Somos todos atingidos”.

A Frente Brasil Popular anunciou, nas redes sociais, a realização de atos em 14 municípios de cinco Estados (Bahia, Minas Gerais, Pará, Santa Catarina e São Paulo). Em Salvador, o ato ecumênico começou às 10h, na praça Campo da Pólvora, e reuniu lideranças religiosas, sociais e sindicais para “denunciar os crimes da Vale e prestar solidaried­ade às vítimas de Brumadinho”.

Em seu site, o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) divulgou um dossiê sobre o alcance do impactos do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, com reflexos negativos para as comunidade­s que vivem próximas, o meio ambiente e os trabalhado­res.

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Fred Magno/O Tempo/Estadão Conteúdo Após uma rápida cerimônia, centenas de pessoas vestindo roupas brancas e portando balões, faixas e cartazes caminharam até a ponte sobre o rio Paraopeba

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