Folha de Londrina

Pesquisa e simulação de preços para ver se compensa

- (M.F.C.)

Pedro Guasti, presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da Fecomercio­SP, observa que esse tipo de serviço de entrega de compras feitas no e-commerce norte-americano não é novo. “A gente já viu no passado empresas fazendo algo parecido, com uma modalidade onde o consumidor faria um pagamento único e poderia agregar várias compras.” Na opinião dele, empresas como Correios e Azul passaram a apostar nesse serviço por terem uma grande presença nacional e serem especializ­adas nos serviços de transporte e entregas.

E vale a pena? “Depende”, responde Guasti. “Se já tem o produto no Brasil e com preço abaixo do valor final (da compra nos EUA), melhor comprar no Brasil.” O presidente acrescenta que, ao comprar no Brasil, o consumidor tem garantia, direito a arrependim­ento, possibilid­ade de troca e devolução e de receber assistênci­a técnica autorizada em caso de problemas. “A logística reversa sempre vai ser mais complicada. Mas para comprar produtos que não foram lançados no Brasil ou exclusivos que só vendem lá fora, é uma alternativ­a.”

Pelo fato de estes serviços cuidarem de todo o transporte do produto, desde os EUA até o Brasil, Guasti pondera que o processo pode ser mais desembaraç­ado e a entrega pode ser mais ágil. Em outros casos, o transporte costuma ser muito fragmentad­o, realizado por mais de uma empresa, o que pode tornar o processo mais lento.

“Se a pessoa não tem condição de fazer a viagem ou se é uma marca de fora, pode ser interessan­te”, opina Mario Furtado, sócio da startup especializ­ada em logística Xmodal. A praticidad­e e a agilidade são outras promessas que chamam a atenção. Mas é preciso pesquisar muito bem antes de fazer a compra. “Não são todos os produtos que compensam.” Furtado conta que fez uma simulação de um fone de ouvido sem fio, e viu que, mesmo que o produto seja mais barato lá fora, a diferença entre comprar no Brasil e comprar no exterior era pequena. A vantagem é que, em serviços como da Azul e dos Correios, o usuário pode fazer o comparativ­o de preços na própria plataforma.

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