Plano para retirar brasileiros
Brasília - O Itamaraty passou a procurar desde sábado (23) brasileiros residentes na Venezuela para saber se há interesse em obter ajuda para deixar o país. “Em caso de agravamento da situação política na Venezuela, teria interesse em retornar ao Brasil, caso o governo brasileiro venha a oferecer meios de transporte?”, indaga, em um formulário. O questionário, classificado como um alerta, tem sido enviado por email e também disponibilizado no site do consulado do Brasil em Caracas.
A assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou que a estimativa de brasileiros residentes na Venezuela permanece em torno de 13 mil - a mesma de um mês atrás.
Dos 1.900 que responderam ao questionário até a tarde desta terça-feira (26), cerca de 600 manifestaram interesse em repatriação se a situação se deteriorar. O Ministério das Relações Exteriores afirmou aguardar novos contatos para então eventualmente executar um plano de retirada.
Cidadãos brasileiros estabelecidos há anos na Venezuela receberam o contato do consulado com surpresa, por não terem feito qualquer solicitação prévia. “Em vista da situação por que passa a Venezuela, este consulado-geral está coletando informações dos brasileiros residentes no país para fins de adotar medidas cabíveis de assistência consular”, introduz o Itamaraty na correspondência.
Há também perguntas sobre quantidade de dependentes e endereço completo. Ainda no sábado, o consulado emitiu “aviso importante” em que “alerta aos cidadãos brasileiros residentes na Venezuela sobre os riscos decorrentes da atual situação, e recomenda que evitem as áreas de conflito e limitem a sua mobilidade ao estritamente necessário”. “O consuladogeral recomenda, também, aos turistas brasileiros que evitem viajar à Venezuela neste momento e enquanto perdurar a situação.”
Em dezembro de 2017, o então embaixador brasileiro na Venezuela foi declarado “persona non grata” - expulso, para efeitos práticos. Desde então, o Brasil mantém apenas o consulado como representação diplomática no país.