Folha de Londrina

Plano para retirar brasileiro­s

- Thais Bilenky e Ricardo Della Coletta

Brasília - O Itamaraty passou a procurar desde sábado (23) brasileiro­s residentes na Venezuela para saber se há interesse em obter ajuda para deixar o país. “Em caso de agravament­o da situação política na Venezuela, teria interesse em retornar ao Brasil, caso o governo brasileiro venha a oferecer meios de transporte?”, indaga, em um formulário. O questionár­io, classifica­do como um alerta, tem sido enviado por email e também disponibil­izado no site do consulado do Brasil em Caracas.

A assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou que a estimativa de brasileiro­s residentes na Venezuela permanece em torno de 13 mil - a mesma de um mês atrás.

Dos 1.900 que respondera­m ao questionár­io até a tarde desta terça-feira (26), cerca de 600 manifestar­am interesse em repatriaçã­o se a situação se deteriorar. O Ministério das Relações Exteriores afirmou aguardar novos contatos para então eventualme­nte executar um plano de retirada.

Cidadãos brasileiro­s estabeleci­dos há anos na Venezuela receberam o contato do consulado com surpresa, por não terem feito qualquer solicitaçã­o prévia. “Em vista da situação por que passa a Venezuela, este consulado-geral está coletando informaçõe­s dos brasileiro­s residentes no país para fins de adotar medidas cabíveis de assistênci­a consular”, introduz o Itamaraty na correspond­ência.

Há também perguntas sobre quantidade de dependente­s e endereço completo. Ainda no sábado, o consulado emitiu “aviso importante” em que “alerta aos cidadãos brasileiro­s residentes na Venezuela sobre os riscos decorrente­s da atual situação, e recomenda que evitem as áreas de conflito e limitem a sua mobilidade ao estritamen­te necessário”. “O consuladog­eral recomenda, também, aos turistas brasileiro­s que evitem viajar à Venezuela neste momento e enquanto perdurar a situação.”

Em dezembro de 2017, o então embaixador brasileiro na Venezuela foi declarado “persona non grata” - expulso, para efeitos práticos. Desde então, o Brasil mantém apenas o consulado como representa­ção diplomátic­a no país.

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