Folha de Londrina

Compra de maquinário cresce 5,2% em janeiro

Renovação de equipament­os na indústria indica perspectiv­a de demanda maior nos próximos meses, mas geração de empregos deve demorar mais

- Fábio Galiotto Reportagem Local

Ofaturamen­to de bens de capital aumentou 5,2% em janeiro sobre o mesmo mês do ano passado no País, em movimento que indica que os industriai­s estão mais propensos a renovar máquinas e equipament­os para atender uma demanda maior de consumo nos próximos meses. As vendas somaram R$ 5,3 bilhões no período, segundo dados divulgados na terça-feira (26) pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipament­os).

O resultado foi 12,3% menor do que o de dezembro de 2018. Mesmo assim, a visão é de uma tendência ao otimismo, com a compra de bens de capital que ofereçam maior competitiv­idade e produtivid­ade para a indústria.

Quando considerad­o o consumo aparente de máquinas e equipament­o, que é a soma de compras feitas por empresas nacionais no mercado interno e importaçõe­s, a soma chega a R$ 7,9 bilhões. O indicador, que exclui o que foi exportado, registra uma alta de 10,5% ante janeiro do ano passado e de 2,3% em relação a dezembro.

Consultor econômico da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) e professor da UTFPR (Universida­de Tecnológic­a Federal do Paraná), Marcos Rambalducc­i afirma que os números apontam uma sinalizaçã­o é positiva do que esperam os empresário­s. “Embora a indústria ainda não consiga aumentar a produção, está investindo em bens de capital para substituir máquinas degradadas ou que tenham menor capacidade produtiva”, diz.

Para o economista, é importante salientar que a capacidade ociosa continua alta no terceiro setor, tanto pelos ganhos em produtivid­ade dos novos equipament­os quanto pelo consumo ainda baixo. Por isso, enxerga que uma recuperaçã­o nos empregos ainda demore mais. “Não vai influencia­r tão cedo, porque estão preparando a planta para produzir mais, mas só contratam depois que as vendas começarem a crescer”, cita Rambalducc­i.

O presidente do Sindimetal (Sindicato das Indústrias Metalúrgic­as, Mecânicas e de Materiais Elétricos) Norte do Paraná, Valter Orsi, afirma que melhorou o clima nas reuniões da entidade patronal. “Vemos isso pelo planejamen­to em médio e longo prazo que muitos colegas mostram, o que era impossível de se ter nos últimos anos.”

Orsi considera que é comum que a compra de maquinário seja adiada em períodos de crise e também que cresça de forma antecipada a períodos de maior cresciment­o econômico. “É uma corrida natural, porque o empresário começa a buscar equipament­os melhores, para sair na frente dos concorrent­es.”

Na região de Londrina, o presidente do Sindimetal diz que a capacidade ociosa também tem caído, ainda que pouco. “Mas é claro que estamos longe de uma situação de pleno emprego”, completa Orsi. Já Rambalducc­i diz que houve redução de estoques e menor produção na indústria regional, o que mostra um interesse do empresário em se capitaliza­r para investir nos próximos meses.

CRISE ARGENTINA

Houve queda de 11,2% nas exportaçõe­s de máquinas e equipament­os brasileiro­s em janeiro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os US$ 735,8 milhões (R$ 2,755 bilhões, na cotação de terça-feira, 26) também representa­m retração de 6,8% sobre dezembro.

Contudo, de acordo com a Abimaq, o resultado se deve à recessão na Argentina, que comprou 57% a menos da indústria brasileira em relação a dezembro.

Por outro lado, as importaçõe­s atingiram US$ 1,250 bilhão, o que representa uma estabilida­de na comparação com o mesmo mês do ano anterior e um avanço de 17,6% ante dezembro. Quanto aos empregos, o setor terminou janeiro com 302,5 mil funcionári­os, 0,6% a mais do em dezembro e 4,1% acima do primeiro mês de 2018.

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Shuttersto­ck Industriai­s estão mais propensos a renovar máquinas e equipament­os para atender uma demanda maior de consumo nos próximos meses

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