Maringá tem ônibus elétrico
Veículo é utilizado em uma linha; Curitiba deve testar ônibus movido a GNV
Os usuários do transporte público de Maringá (Noroeste) contam com uma novidade. Desde o dia 18 está circulando no município de pouco de mais de 417 mil habitantes um ônibus totalmente elétrico que pertence à frota da TCCC (Transportes Coletivos Cidade Canção), que opera o sistema na cidade. Ao contrário dos veículos a diesel, o elétrico tem zero emissões de gases de efeito estufa e poluentes, é extremamente silencioso e o custo da energia com armazenamento em baterias representa um terço do valor do combustível utilizado pelos carros com motores de combustão interna, levando em conta mesma distância percorrida e condições de utilização. “Em se tratando de cuidado com o meio ambiente é tudo que pode existir à disposição do transporte público”, afirma Luiz Carlos Alves Pinto, chefe do setor de Tráfego da TCCC.
O ônibus teve custo de R$ 1,8 milhão, montante seis vezes maior do que para adquirir um convencional. Ele foi produzido por empresa chinesa. “É caro, porém não tem vários componentes para manutenção se comparar com o a diesel, não precisa de alguns serviços preventivos. No final acaba compensando”, garante. O veículo vem rodando de forma exclusiva na linha 169, jardim Alvorada, e está numa fase de teste para verificar a funcionalidade. “Estamos vendo como vai ser, entretanto já é uma realidade que não muda. Em março deverá chegar mais uma unidade do mesmo modelo”, projeta.
TARIFA
Quem utilizar este carro elétrico não terá que desembolsar a mais para pagar a tarifa em relação ao que é cobrado atualmente. Em Maringá, o preço da passagem é R$ 3,90 para linha convencional com o chamado cartão passe fácil, que se equipara ao cartão transporte de Londrina. “Isto (de ter ônibus elétrico) não estava previsto no edital e não vai impactar em nada na tarifa. É uma tendência a longo prazo no transporte público nacional a troca por ônibus elétricos, pois é algo que está ocorrendo com carros de passeio. Além da qualidade é uma maneira de preservar o meio ambiente.”
A TCCC, que faz parte do mesmo grupo da TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina), explora o transporte público em Maringá há décadas, vencendo em 2011 a licitação lançada pelo município para administrar o serviço por 20 anos, com possibilidade de renovação de igual período. São 63 linhas percorridas por 267 veículos, com mais de 80 mil passageiros diariamente.
O ônibus totalmente elétrico tem autonomia para percorrer de 200 a 250 quilôme- tros com carga completa de bateria. Para recarregar são necessárias quatro horas. “Adaptamos um ponto de recarga dentro da própria empresa”, explica Luiz Carlos Alves Pinto. A capacidade de ocupação do carro ecológico é 74 pessoas em pé e o mesmo número sentadas.
CURITIBA
Curitiba realizou em outubro de 2018 teste de um mês com ônibus elétrico no transporte coletivo. O modelo Access-e foi criado em parceria com a chinesa BYD, que no Brasil produz chassis para ônibus e sistemas de recarga elétrica em Campinas (SP). Foi o primeiro circular elétrico desenvolvido no Brasil com piso baixo, motor traseiro e suspensão pneumática. A intenção da companhia de transporte urbano da Capital era avaliar a possibilidade de adoção de uma linha movida a eletricidade e encomendar mais veículos.
Apesar de a avaliação ter sido positiva no quesito qualidade, o custo e benefício não se mostraram tão vantajosos. “Testamos o micro na linha circular centro e ele se apresentou com autonomia suficiente, mas não operacionalmente. Depois colocamos na linha Cristo Rei, que é mais longa. Nesta a autonomia não se mostrou suficiente, porém em termos de custo se justificaria. Então acabou não compensando termos este tipo de ônibus”, explica Celso Ferreira Lucio, gestor da área de Tecnologia de Transportes da Urbs (Urbanização de Curitiba S.A.).
Maior cidade do Paraná, Curitiba tem média de 618 mil pagantes no transporte coletivo todos os dias. De acordo com Lucio, será finalizada em breve parceria para uma outra experiência, esta com ônibus movido a GNV (Gás Natural Veicular). “Uma empresa quer oferecer teste operacional e estamos finalizando documentos para efetivar. Estes carros têm 15 metros de extensão e estão num padrão entre o tamanho do tradicional e do articulado. Queremos ver o desempenho de veículo com propulsão à gás”, justifica.