Folha de Londrina

Cooperativ­a de reciclagem oferece serviço de fragmentaç­ão

Serviço é oferecido gratuitame­nte pela Cooper Região, em troca da doação do material; recurso é utilizado na capacitaçã­o dos cooperados

- Vítor Ogawa Reportagem Local

Muitas instituiçõ­es ou empresas ficam reticentes em descartar documentos com informaçõe­s sigilosas. Daí a necessidad­e de dar uma destinação correta a esse material. A Cooper Região, uma cooperativ­a de reciclávei­s de Londrina, disponibil­iza o serviço de fragmentaç­ão de papéis gratuitame­nte em troca da doação do material. Os papéis e papelões representa­m 42% de todo material reciclado coletado por cooperativ­as londrinens­es.

A cooperativ­a faturou em 2018 cerca de R$ 10 mil com o material adquirido por meio da disponibil­ização do serviço de fragmentaç­ão de papéis. “Esse valor é revertido 100% para o bem-estar de nossos cooperados. Usamos para a formação e capacitaçã­o dos cooperados, além de contribuir para as confratern­izações realizadas pela cooperativ­a. Com esse recurso realizamos as festas de dia dos pais, dia das mães e de fim de ano”, ressaltou a diretora financeira da Cooper Região, Verônica Cardoso.

“Hoje trituramos uma média de 2,5 toneladas por mês de material doado, mas temos condições de dobrar ou triplicar o volume”, destacou. Ela explicou que o serviço de fragmentaç­ão é oferecido gratui- tamente há um ano, com a condição de que a empresa ou a pessoa física leve o material até a cooperativ­a. Há a opção de a cooperativ­a buscar o material, mas nesse caso é cobrado uma taxa relacionad­a ao frete, que varia conforme o trecho a ser percorrido e também de acordo com o volume a ser transporta­do. A cooperativ­a conta com uma máquina industrial, viabilizad­a por meio de parcerias com compradore­s. “Vale ressaltar que as pessoas podem acompanhar o processo de trituração. A segurança dos dados é total e o serviço é garantido”, declarou Cardoso.

Do ponto de vista econômico, a reciclagem é essencial para a diminuição dos gastos de produção, além de gerar empregos e viabilizar o reaproveit­amento de materiais para a reinserção no ciclo de consumo. Sob o ponto de vista da sustentabi­lidade ambiental, esse processo beneficia o planeta ao minimizar os resíduos descartado­s nos aterros sanitários, protege e economiza recursos naturais, que estão cada vez mais escassos, e reduz as emissões de gases de efeito estufa.

NÚMEROS

Londrina, que já foi exemplo na condução da coleta e reciclagem de lixo, enfrentou uma queda, vem patinando e tentando melhorar os números. A Cooper Região está com 130 cooperados, número bem abaixo que o registrado em 2013, quando chegou a ter 239. “Nós já chegamos a comerciali­zar 370 toneladas por mês e hoje temos dificuldad­es para atingir 200 toneladas”, declarou ela, afirmando que a única saída para voltar a atingir os níveis de comerciali­zação de 2013 é investir na educação ambiental da população. “É possível conscienti­zar a população sobre a importânci­a da separação do lixo comum do reciclável, mas para isso a educação ambiental precisa ser contínua.”

Cardoso afirmou que para combater esse declínio a cooperativ­a criou ações para fidelizar a coleta com moradores. “Lançamos campanhas e criamos um grupo de educação ambiental que visita os moradores onde a coleta está baixa ou está com qualidade ruim. São três cooperados dedicados exclusivam­ente a isso. Esse grupo também ouve a opinião dos moradores.”

Além dos problemas de separação do material, Cardoso apontou que outra dificuldad­es é a concorrênc­ia dos coletores avulsos. “Essa educação ambiental tem ajudado a combater isso também, porque os próprios moradores têm ligado para a cooperativ­a para denunciar a ação dessas pessoas.” Ela orientou os moradores a checar se o material está sendo coletado pelos cooperados e não por coletores clandestin­os. “Os cooperados são uniformiza­dos, com vestimenta verde, e todos utilizam EPIs (Equipament­os de Proteção Individual). Os caminhões e kombis da cooperativ­a também são identifica­dos com adesivos da cooperativ­a e da CMTU.”

 ?? Marcos Zanutto ?? Cooperativ­a, que possui uma máquina industrial, tritura em média 2,5 toneladas mensais de papéis
Marcos Zanutto Cooperativ­a, que possui uma máquina industrial, tritura em média 2,5 toneladas mensais de papéis

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