Casos de homicídio na região de Londrina caem 46% em 2018
Estatística do governo do Estado aponta uma redução do crime de 10,6% em todo o Paraná
Um dos mais preocupantes índices de violência, o que registra as mortes brutais, apontou uma melhora em 2018 no Paraná. Segundo um relatório da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária, os casos de homicídios dolosos são os menores desde 2007, quando iniciou a produção da estatística. No ano passado, foram registrados 1.955 casos, uma redução de 10,6% em comparação a 2017, que atingiu a marca de 2.187 crimes. Na 20ª Aisp (Área Integrada de Segurança Pública), que representa a região de Londrina, também houve uma diminuição: os registros caíram de 128 para 69. Foi a maior redução do Estado, com 46%. Ainda são consideradas na área as cidades de Cambé, Ibiporã, Jataizinho e Tamarana. No município, os números foram de 93 para 47. “É difícil apontar um fator específico, mas esse é um resultado de um trabalho bem feito. É preciso ressaltar o empenho da Polícia Militar e da Polícia Civil. Foram feitas investigações e ações de combate às organizações criminosas e ao tráfico de drogas”, elogiou o promotor Ricardo Alves Domingues, titular da 11ª Promotoria do Ministério Público em Londrina.
O crime de latrocínio - roubo seguido de morte - sofreu um aumento. Enquanto foram registrados seis casos em 2017, no ano passado chegou a nove. Um dos episódios de violência que tiveram mais repercussão na cidade foi o último registrado, em setembro de 2018. O empresário Rafael Francisco Martins, 48, acabou sendo alvejado depois de uma tentativa de assalto nas proximidades do seu condomínio, no Jardim Terra Bonita, na zona sul. Apesar de o caso ainda não ter sido julgado, o promotor aponta que os inquéritos ganharam mais celeridade por parte do Ministério Público e que a própria Justiça tem conseguido chegar às sentenças em um tempo mais curto. “Antes trabalhávamos com até mil crimes, precisávamos fazer mutirões para agilizar os trabalhos. No ano passado, nem precisamos. Fora que as varas criminais têm conseguido chegar a um veredito em menos de um ano. Todo esse trabalho faz parte do combate à violência”, ponderou Domingues.
A estatística gerada pelo governo do Estado ainda aponta que, dos 399 municípios do Paraná, 146 não registraram homicídios entre janeiro e dezembro, o que representa 37% do total. Outros 113 registraram apenas um ou dois homicídios no período (28%). A capital, Curitiba, registrou 293 homicídios em 2018, uma queda de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior. O secretário de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária, apesar de estar à frente da pasta há quase dois meses, diagnostica um dos motivos da melhora nos índices. “Certamente, um dos fatores que contribuíram com a redução da criminalidade no Estado, principalmente dos homicídios, é a integração entre as polícias e todos os outros órgãos que compõem a segurança pública”, afirmou o general Luiz Felipe Carbonell.
Em outras regiões do Paraná, também houve reduções sensíveis nos índices. A 11ª Aisp de Cascavel, com 22 cidades, marcou -30%, já na 19ª Aisp de Rolândia, com 16 cidades, foi de -24% e a 18ª Aisp de Apucarana, 26 municípios, chegou a -22,5%. O delegado-geral da Polícia Civil, Silvio Rockembach, acredita que dois fatores foram fundamentais para o resultado positivo na redução dos crimes. “O primeiro foi a intensificação e o combate sistemático ao tráfico de drogas, pois sabemos da estreita relação existente entre tráfico e homicídios, e o segundo fator importante foi o aumento do percentual de elucidação desses crimes pela Polícia Judiciária, pois, na medida em que a equipe soluciona mais ocorrências, acaba desestimulando a prática de novos homicídios”, afirmou. Já o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Péricles de Matos, aponta o trabalho conjunto entre as corporações do Estado e federais. “Operações conjuntas formam um efeito sinérgico que eleva o Paraná dentro do panorama nacional, proporcionando um cenário favorável de redução, principalmente dos homicídios”, concluiu.