Folha de Londrina

Governista­s começam a negociar flexibiliz­ação de reforma da Previdênci­a

- Folhapress

Brasília -

Aliados do Palácio do Planalto no Congresso começaram a discutir a flexibiliz­ação da reforma da Previdênci­a para tentar diminuir os focos de resistênci­a à proposta apresentad­a pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada. O primeiro recuo em debate com a oposição trata da aposentado­ria do trabalhado­r rural. O texto que chegou ao Legislativ­o prevê a criação de um valor mínimo de contribuiç­ão para os trabalhado­res rurais que, atualmente, pagam contribuiç­ão ao INSS de acordo com a venda da produção.

De acordo com o projeto, que ainda precisa do aval do Congresso, este grupo precisará contribuir com R$ 600 por ano à Previdênci­a. Esse valor poderá ser alterado posteriorm­ente por projeto de lei. A equipe econômica argumenta que a medida evitaria fraudes. A mudança em discussão é diminuir este valor para algo em torno de R$ 180 e R$ 200. Por outro lado, seria estabeleci­da uma cobrança de cerca de R$ 30 para trabalhado­res rurais aposentado­s.

Deputada federal licenciada, a ministra da Agricultur­a, Tereza Cristina, acredita que o Congresso fará ajustes nos pontos mais polêmicos da reforma da Previdênci­a. Para ela, é possível que famílias, principalm­ente do Nordeste, não consigam contribuir para o INSS com o valor almejado inicialmen­te pelo governo. “Acho que é o Congresso é que tem de decidir”, afirmou.

O governo conta com a ajuda dos governador­es na articulaçã­o política para que o Congresso aprove a reforma. No entanto, os trechos da PEC sobre a aposentado­ria rural têm sido criticados por deputados e senadores da diversos estados, mesmo pelos parlamenta­res alinhados com Bolsonaro.

Na reforma, o governo propôs ainda que, para ter direito à aposentado­ria, o trabalhado­r rural tenha que contribuir por 20 anos. Atualmente, esse prazo é de 15 anos. Além disso, a idade mínima para trabalhado­ras do campo subiria de 55 anos para 60 anos - mesmo patamar dos homens.

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