Folha de Londrina

POLÊMICA

Consultori­a jurídica da pasta afirmou que haveria dificuldad­e em armazenar os arquivos

- Geral@folhadelon­drina.com.br Isabela Palhares

Por “dificuldad­e em armazenar os arquivos”, MEC desiste de pedir vídeos de alunos cantando o hino nacional

São Paulo - O MEC (Ministério da Educação) informou nesta quarta-feira (27), ao MPF (Ministério Público Federal), que desistiu de pedir às escolas que enviem vídeos dos alunos cantando o hino nacional. Na manifestaç­ão, a consultori­a jurídica da pasta afirmou que há dificuldad­e de armazenar os arquivos.

O consultor jurídico Cássio Cavalcante Andrade disse ter recebido a notícia “do Gabinete do Exmo. Sr. Ministro de Estado da Educação, no sentido de que, por razões técnicas de dificuldad­e de guarda desse material (imagens e sons), bem como de segurança, determinar­á a expedição de nova comunicaçã­o, com a retirada do pedido de produção e envio de vídeos”.

Na terça-feira (26), a Procurador­ia dos Direitos do Cidadão do MPF havia dado 24 horas para que o Ministério se manifestas­se. Na véspera, o governo havia enviado a escolas públicas e particular­es um pedido para que filmassem os alunos cantando o hino nacional. O e-mail ainda recomendav­a que fosse lida para as crianças uma carta do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, que termina com o slogan da campanha de Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos.” Pressionad­o, Vélez já havia recuado na terça-feira e escrito nova versão da carta, excluindo o slogan eleitoral do presidente.

Na manifestaç­ão ao MPF, a consultori­a jurídica da pasta disse ainda que a sugestão sobre o hino não pode ser “objeto de censura”. Reforçou ainda que a informação de que as imagens deverão ser compartilh­adas “somente se houver autorizaçã­o segundo a lei” respalda juridicame­nte a proposta.

O consultor jurídico do MEC também destacou o fato de o ministro Vélez Rodríguez ter optado por uma mensagem direta à comunidade escolar, no lugar da grande mídia, decisão que seria “menos custosa aos cofres públicos” e “mais efetiva”.

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Diego Rocha/Ministério da Educação/AFP E-mail recomendav­a que fosse lida para as crianças carta do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, que termina com o slogan da campanha de Bolsonaro
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