Londrina confirma mais 79 casos de dengue
Registros da doença subiram para 190; a análise técnica prevê mais 12 semanas de circulação do vírus
Asecretaria municipal de Saúde de Londrina atualizou os números de dengue nesta quinta-feira (28). Os casos confirmados chegaram a 190, ou seja, 79 a mais em comparação ao relatório divulgado há uma semana. A quantidade de casos investigados também teve um aumento de 863 para mil. A maior preocupação continua sendo a região sul que concentra a maior fatia do total da doença, com 155 casos. Os demais casos estão nas regiões central (14); oeste (10); norte (6); e leste (5). Não há registros positivos na zona rural. Das 2.005 notificações, ainda há 1.508 casos em andamento, aguardando o resultado de exames laboratoriais e 757 foram descartadas.
Outro agravante é a confirmação de dois novos casos do sorotipo 2. Ao todo, são 11 confirmações distribuídas pelas regiões da cidade. De acordo com a secretaria, os pacientes já foram isolados nos hospitais do município e dois deles estão em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). “A gravidade da dengue depende muito do estado de saúde de cada paciente, mas o sorotipo 2 tende a ser mais agressivo em relação aos sintomas e tem uma chance maior de evoluir para complicações”, explicou a diretora de vigilância em Saúde, Sônia Fernandes.
Fernandes apontou duas hipóteses para a circulação do sorotipo 2. Uma é o caso importado, isto é, uma pessoa doente trouxe o vírus para a cidade, o que levou à contaminação dos mosquitos. A segunda é a transmissão transovariana. “A fêmea infectada passa o vírus para os ovos. Vale lembrar que eles (ovos) podem ficar em estado latente por mais de um ano até eclodirem”, afirmou.
AÇÕES
O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, disse que a análise técnica prevê mais 12 semanas de circulação do vírus, ou seja, até o mês de maio. “Nosso desafio é espaçar o número de casos confirmados entre uma semana e outra e estamos tendo resultados. Na última semana, por exemplo, nenhum caso dos notificados foi confirmado. Isso mostra que todas as ações têm surtido efeito”, disse.
As ações que, segundo ele serão mantidas com prioridade nas regiões sul e leste, envolvem mutirões, recolhimento de lixos em fundos de vale, trabalho em campo dos agentes de endemias e aplicação de fumacê. “Estendemos as ações para a cidade toda, inclusive no fumacê. Nas regiões que mais nos preocupam, intensificamos também a vistoria de imóveis, mas segundo o relato de alguns agentes de endemias, tivemos problemas no acesso às residências por parte dos moradores e isso coloca em risco toda a comunidade”, pontuou. O fucamê está em fase de conclusão do terceiro de cinco ciclos previstos. A ação teve início no dia 16 de fevereiro e deve continuar até concluir o processo. Os veículos e veneno foram cedidos pela Secretaria da Saúde do Estado.
O objetivo da medida é matar o mosquito em fase adulta, por isso, durante a aplicação é necessário que a população abra as portas e janelas para a entrada do produto nas residências. Também é importante cobrir gaiolas de pássaros e aquários, bem como recolher e armazenar o recipiente de ração e bebedouros de animais e lavá-los após a aplicação do inseticida. O mesmo deve ser feito com os alimentos, que necessitam ser cobertos ou mantidos em locais fechados. Estão circulando em Londrina 10 veículos, os quais permanecerão na cidade pelo tempo necessário.
SINTOMAS
A orientação da Saúde é que nos primeiros sintomas da doença, a pessoa se dirija a uma unidade básica de saúde ou a pronto atendimento para que o diagnóstico inicial e a notificação sejam feitos. Os hospitais ficam na retaguarda, recebendo os casos que exigem maior atenção e internação clínica. Os principais sintomas incluem a febre alta, dores articulares, musculares e de cabeça, manchas avermelhadas na pele e indisposição.