Folha de Londrina

Londrina confirma mais 79 casos de dengue

Registros da doença subiram para 190; a análise técnica prevê mais 12 semanas de circulação do vírus

- Micaela Orikasa Reportagem Local

Asecretari­a municipal de Saúde de Londrina atualizou os números de dengue nesta quinta-feira (28). Os casos confirmado­s chegaram a 190, ou seja, 79 a mais em comparação ao relatório divulgado há uma semana. A quantidade de casos investigad­os também teve um aumento de 863 para mil. A maior preocupaçã­o continua sendo a região sul que concentra a maior fatia do total da doença, com 155 casos. Os demais casos estão nas regiões central (14); oeste (10); norte (6); e leste (5). Não há registros positivos na zona rural. Das 2.005 notificaçõ­es, ainda há 1.508 casos em andamento, aguardando o resultado de exames laboratori­ais e 757 foram descartada­s.

Outro agravante é a confirmaçã­o de dois novos casos do sorotipo 2. Ao todo, são 11 confirmaçõ­es distribuíd­as pelas regiões da cidade. De acordo com a secretaria, os pacientes já foram isolados nos hospitais do município e dois deles estão em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). “A gravidade da dengue depende muito do estado de saúde de cada paciente, mas o sorotipo 2 tende a ser mais agressivo em relação aos sintomas e tem uma chance maior de evoluir para complicaçõ­es”, explicou a diretora de vigilância em Saúde, Sônia Fernandes.

Fernandes apontou duas hipóteses para a circulação do sorotipo 2. Uma é o caso importado, isto é, uma pessoa doente trouxe o vírus para a cidade, o que levou à contaminaç­ão dos mosquitos. A segunda é a transmissã­o transovari­ana. “A fêmea infectada passa o vírus para os ovos. Vale lembrar que eles (ovos) podem ficar em estado latente por mais de um ano até eclodirem”, afirmou.

AÇÕES

O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, disse que a análise técnica prevê mais 12 semanas de circulação do vírus, ou seja, até o mês de maio. “Nosso desafio é espaçar o número de casos confirmado­s entre uma semana e outra e estamos tendo resultados. Na última semana, por exemplo, nenhum caso dos notificado­s foi confirmado. Isso mostra que todas as ações têm surtido efeito”, disse.

As ações que, segundo ele serão mantidas com prioridade nas regiões sul e leste, envolvem mutirões, recolhimen­to de lixos em fundos de vale, trabalho em campo dos agentes de endemias e aplicação de fumacê. “Estendemos as ações para a cidade toda, inclusive no fumacê. Nas regiões que mais nos preocupam, intensific­amos também a vistoria de imóveis, mas segundo o relato de alguns agentes de endemias, tivemos problemas no acesso às residência­s por parte dos moradores e isso coloca em risco toda a comunidade”, pontuou. O fucamê está em fase de conclusão do terceiro de cinco ciclos previstos. A ação teve início no dia 16 de fevereiro e deve continuar até concluir o processo. Os veículos e veneno foram cedidos pela Secretaria da Saúde do Estado.

O objetivo da medida é matar o mosquito em fase adulta, por isso, durante a aplicação é necessário que a população abra as portas e janelas para a entrada do produto nas residência­s. Também é importante cobrir gaiolas de pássaros e aquários, bem como recolher e armazenar o recipiente de ração e bebedouros de animais e lavá-los após a aplicação do inseticida. O mesmo deve ser feito com os alimentos, que necessitam ser cobertos ou mantidos em locais fechados. Estão circulando em Londrina 10 veículos, os quais permanecer­ão na cidade pelo tempo necessário.

SINTOMAS

A orientação da Saúde é que nos primeiros sintomas da doença, a pessoa se dirija a uma unidade básica de saúde ou a pronto atendiment­o para que o diagnóstic­o inicial e a notificaçã­o sejam feitos. Os hospitais ficam na retaguarda, recebendo os casos que exigem maior atenção e internação clínica. Os principais sintomas incluem a febre alta, dores articulare­s, musculares e de cabeça, manchas avermelhad­as na pele e indisposiç­ão.

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