ECONOMIA NOSSA DE CADA DIA
Crescimento do PIB de 1,1% em 2018 revela nossas fragilidades
A economia brasileira somou uma produção de R$ 6,8 trilhões em 2018, segundo resultado divulgado pelo IBGE (28), o que representa crescimento de 1,1% do PIB frente a 2017.
O que é o PIB, como é calculado, o que representa para nós este indicador econômico e as razões de uma recuperação lenta, são o assunto desta coluna.
O PIB por definição...
PIB (Produto Interno Bruto) é a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região, durante um determinado período.
... e forma de mensuração ...
Pode ser calculado somando-se tudo o que foi consumido (ótica da demanda); ou somando-se tudo o que foi produzido (ótica da oferta); ou ainda, pela soma de tudo o que foi pago na forma de salários e lucros (ótica da renda).
... chegam ao mesmo resultado...
Em qualquer dos métodos utilizados o resultado final deve ser o mesmo.
.. e é uma medida de bem-estar.
Este indicador é importante porque, entre outras coisas, revela o quanto de bens e serviços uma sociedade teve a sua disposição em dado momento, podendo compará-lo com um período anterior.
Melhoramos, mas, ...
Em 2018, o PIB cresceu 1,1% em relação a 2017, enquanto que a população cresceu 0,8%, ou seja, tivemos mais bens e serviços disponíveis para cada cidadão em 2018 que no ano anterior.
... não recuperamos...
Embora tenhamos produzido mais, tanto em 2018 quanto em 2017 (também 1,1%), somente agora conseguimos chegar ao patamar de produção de 2012.
... e falta bastante.
Se compararmos a produção de 2018 com aquela de 2014, o país produziu 5% menos, ou seja, a população aumentou, mas bens e serviços diminuíram e, portanto, perdemos bem-estar. Veja as razões.
A recessão acabou...
A contração da atividade econômica, que deixou um legado de desemprego e agravou mais ainda a crise fiscal do Estado, teve início no segundo trimestre de 2014 e terminou oficialmente no último trimestre de 2016.
..., mas a recuperação é lenta ...
a partir de 2017 os números da produção e do emprego começaram a dar sinais de retomada, mas tem se mostrado a mais lenta recuperação da história das crises.
... e compreensível.
O dinamismo da economia depende de gastos: a) do governo, com investimentos públicos, b) das empresas com investimentos privados e c) das famílias com consumo da produção.
Governo endividado...
O investimento público (gastos do governo), está travado por um endividamento gigante tanto do governo federal quanto dos governos estaduais.
... empresas com elevada ociosidade...
As empresas estão trabalhando com 70% de sua capacidade, inibindo maiores investimentos até que seja expurgada esta ociosidade.
... e famílias sem capacidade de consumo.
Também o consumo das famílias está limitado devido a um elevado comprometimento de sua renda, associado a taxas elevadas de desemprego e subemprego.
Sem falsas ilusões.
Otimismo sempre, mas temos que ter os pés no chão e saber que levaremos uma década para recuperar os prejuízos causados pelos desmandos provocados. E que os deuses da economia conspirem a nosso favor. Precisamos.